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O trio
"multinacional" (um americano, um sueco e
um escocês que vivem na Inglaterra e se conheceram
em Luxemburgo) mostrou ao mundo que tinha muito talento
com seus primeiros discos (os irrepreensíveis
Placebo e Without You I’m Nothing), mas derraparam
feio no decepcionante Black Market Music. |
O disco é irregular,
cheio de musiquinhas insípidas e/ou irritantes. Apesar
disso, elas convivem com pérolas que mostram que a
banda ainda não perdeu sua magia.
Essas pérolas valem
o investimento. O hit Special K já salva o disco da
lama, com seu gay pop descarado. Days Before You Came emula
o clima industrial-glam que emoldurou o disco anterior, e
só Deus pode explicar como que ela não virou
single. As belíssimas Blue American e Passive Agressive
são melancólicas como poucas. E, para completar,
ainda tem a Slave To The Wage, outra pop até a medula,
que não faz feio entre os clássicos da banda.
O que estraga o disco são
duas músicas, com propostas opostas mas resultados
semelhantes: Taste In Man é uma continuação
mal-sucedida da abertura de Without You I’m Nothing,
a razoável Pure Morning. Spite & Malice é
uma igualmente malsucedida tentativa de misturar o som do
Placebo com hip-hop de quinta categoria. Parece até
um Gorillaz piorado. Brian Molko, me explique como você
teve coragem de pôr essas músicas no disco e
ainda eleger a primeira como single! Além disso, umas
músicas não afetam o ouvinte, são aqueles
casos de músicas que você ouve e esquece quando
começa o primeiro acorde da música seguinte.
Bom, o disco ficou muito aquém
das expectativas. Mas eles estão soltando um novo rebento.
Vamos torcer para que a banda acerte nas inovações
e nas repetições, e também para que o
disco seja feito somente por músicas que estejam, de
fato, no primeiro escalão das composições.
Se for para ocupar o disco com musiquinhas sem inspiração
nenhuma, faça um EP com os bons frutos que é
mais barato e nos poupa de más surpresas.
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