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A Banda:

Guided by Voices
Formação: EUA em 1983

Formação em 2004:
Robert Pollard : vocais
Doug Gillard: guitarra
Nate Farley: guitarra
Chris Slusarenko: baixo
Kevin March: bateria
Biografia:

Uma das mais influentes bandas do indie-rock americano, O Guided by Voices é capitaneado pelo gênio estranho de Robert Pollard, um ex-professor de escola que começou a gravar fitas despretensiosas de suas músicas com o irmão no porão de casa. O fato mais curioso das composições de Pollard (além dos títulos) seriam a duração delas, que dificilmente superam 3 minutos. Ele sonha com os títulos das músicas e já as registra no gravador que estiver mais próximo, sem se importar se o resultado final será uma vinheta ou uma música completa, gravando apenas a melodia que vier à sua cabeça naquele momento.

Nascido em 31 de outubro de 1957, Pollard foi apoiado pelo pai para seguir uma carreira como atleta profissional, mas na faculdade ele percebeu que sua paixão pela música era maior do que esportes. Em 1983 ele finalmente montou o Guided by Voices, enquanto trabalhava numa escola em meio período. A banda consistia de Paul Comstock (guitarra, piano), Mitch Mitchell (baixo) e Payton Eric (bateria). Após algum tempo, eles lançam o EP "Forever Since Breakfast", em 1986.

As gravações dos projetos mirabolantes de Pollard eram pagas através de um acordo de empréstimos que ele e seu irmão e empresário, Jim, requeriam à escola Dayton Public Schools Credit Union, onde ainda dava aula. Com o apoio deste acordo, eles lançariam ainda cerca de 6 álbuns independentes.

No ano de 1987, eles lançam "Devil Between My Toes" e "Sandbox", que foram absolutamente muito mal gravados, onde as guitarras estavam num volume mais alto do que os vocais de Pollard, abafando suas melodias regadas a Beatles e REM. Só em 1989, com "Self-Inflicted Aerial Nostalgia", que o Guided By Voices conseguiu gravar um álbum mais centrado, fazendo da produção lo-fi uma ferramenta importante para o som da banda. O chamado lo-fi seria a busca de uma sonoridade mais intimista, com gravadores e equipamentos toscos, resultado em algo próximo de uma gravação editada de maneira caseira.

"Same Place the Fly Got Smashed" (1990) é constantemente relacionado ao alcoolismo de Pollard, com suas músicas e letras soturnas. Em "Propeller", de 1992, a banda começa a acertar mais a mão na proposta que seguiria nos álbuns posteriores.

"Vampire On Titus", de 1993, realça melhor esta busca por um aprimoramento nas melodias, com Pollard procurando cantar de verdade, trabalhando o tom de voz que exploraria dali em diante, deixando suas influências post-punk de lado. Esse disco foi lançado por um selo de Cleveland, a Scat Records. Conseguindo um certo reconhecimento com o lançamento de "Propeller", em 1994 a banda ainda lança o álbum duplo ao vivo "Crying Your Knife Away".

Constantemente mudando os componentes do grupo durante os anos 80-90, Pollard finalmente montou uma formação consistente, assumindo as direções do Guided by Voices. Apesar de acreditar piamente nas qualidades artísticas do estilo de produção lo-fi, Pollard compunha melodias acessíveis e grudentas, que chegaram ao auge em "Bee Thousand", de 1994. Nesse ano, a Scat tinha fechado um acordo com a Matador Records para distribuição nacional de seus lançamentos, o que ajudou bastante na divulgação do novo disco do Guided. A primeira música a chamar a atenção do público foi "I Am A Scientist": a mídia foi pouco a pouco noticiando mais conteúdo sobre o Guided by Voices, que começou a aparecer na MTV e em revistas conceituadas. Como o Guided by Voices se revelou algo maior do que seu velho sonho de banda, Pollard largou seu emprego como professor, e neste mesmo ano, a banda ainda tocou no festival Lollapalooza.


Guided by Voices em 1995

Em 1995 a banda assinou diretamente com a Matador Records. O contrato com a Scat foi encerrado com o lançamento de um box-set contendo os 5 discos pré-"Vampire On Titus", e mais um disco bônus chamado "King Shit and The Golden Boys". O primeiro álbum lançado pela Matador foi "Alien Lanes", que continuou aquilo que "Bee Thousand" começou. O Guided by Voices sabia aproveitar a sonoridade de um gravador de quatro canais como ninguém. A sonoridade comum entre "Bee Thousand" e "Alien Lanes" sugere que eles seriam um bando de amadores com idéias boas, mas "Alien Lanes" sugeria que o Guided by Voices ainda poderia vir a ser uma banda profissional, se abandonassem os gravadores de quatro canais que insistiam em usar.

Após o hype em cima de seu grupo, Pollard sentiu-se pressionado a manter a maré de reconhecimento que a banda estava tendo a seu favor. Após gravar cerca de 60 faixas num estúdio de 24 canais, Robert não se sentiu muito à vontade com a roupagem "hi-fi" de suas composições e resolveu pegar algumas sobras deste trabalho e terminar sozinho o que seria "Under The Bushes, Under The Stars", lançado em 1996. O resultado final seria um álbum razoavelmente mais "limpo" que os anteriores e com canções mais bem construídas, embora contasse com as tradicionais composições instantâneas de menos de um minuto. Nesse mesmo ano, Pollard lança seu primeiro disco solo, "Not In My Airforce".

Depois de algumas turnês extensas, o clima entre os integrantes do Guided by Voices não estava muito bom. Pollard decide então demitir os integrantes do grupo e gravar um novo disco com uma banda de apoio, o Cobra Verde, um conjunto de garagem de Cleveland. O resultado é "Mag Earwhig", lançado em 1997.

Em 1999 o Gruided by Voices deixa a Matador Records e assina com a TVT. O primeiro disco a ser lançado pela TVT foi "Do the Collapse", cuja produção ficou a cargo de Ric Ocasek. Neste disco, a banda soa muito mais acessível e melhor produzida. E, como se fosse uma estratégia para não deixar os fãs do lo-fi característico do grupo desencantados, é lançado no ano seguinte um box-set chamado "Suitcase: Failed Experiments and Trashed Aircraft". São 4 discos e 100 canções não-lançadas por Pollard em seus discos anteriores.

"Isolation Drills" é a continuação desse esforço do Guided by Voices de tentar soar como uma banda normal. A produção correta não destruiu a essência das músicas, mas frisou o grande senso pop das composições de Robert Pollard, um apelo mascarado na qualidade lo-fi das gravações anteriores do grupo. "Isolation Drills" recebeu boas críticas e serviu para provar que o Guided by voices podia se dar bem sem o lo-fi.

Mas depois disso a banda resolve voltar para a Matador Records, por onde já lançou dois novos discos: "Universal Truths and Cycles" e "Earthquake Glue", em 2002 e 2003 respectivamente. Um novo box-set foi lançado em 2003: "Hardcore UFOs Box Set: Revelations, Epiphanies and Fast Food in the Western Hemisphere" contém 129 músicas inéditas. Junto com este novo box, saiu a coletânea "The Best of Guided By Voices: Human Amusements at Hourly Rates".

Em abril de 2004, a banda anuncia em seu site oficial que irá finalizar suas atividades no fim do ano. Antes disso, o Guided by Voices solta mais um disco: "Half Smiles Of The Decomposed".

Alexandre Lopes e Fabrício Boppré
maio/2004

Álbums:
Disco Ano
Devil Between My Toes 1987 (Schwa)
Sandbox 1987 (Halo)
Self-Inflicted Aerial Nostalgia 1989 (Halo)
Same Place the Fly Got Smashed 1990 (Rocket)
Propeller 1992 (Scat)
Vampire on Titus 1993 (Scat)
Bee Thousand 1994 (Matador)
Alien Lanes 1995 (Matador)
King Shit and the Golden Boys 1995 (Scat)
Under the Bushes Under the Stars 1996 (Matador)
Mag Earwhig! 1997 (Matador)
Do the Collapse 1999 (TVT)
Isolation Drills 2001 (TVT)
Universal Truths and Cycles 2002 (Matador)
The Best of Guided By Voices: Human Amusements at Hourly Rates 2003 (Matador)
Hardcore UFOs Box Set: Revelations, Epiphanies and Fast Food in the Western Hemisphere 2003 (Matador)
Earthquake Glue 2003 (Matador)
Half Smiles of the Decomposed 2004 (Matador)