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Eis
um tipo de disco que só palavras não são
suficientes para descrever. Numa era onde, de um lado,
bandas estão tentando fazer um som de difícil
assimilação para serem chamadas de originais
e geniais, e, de outro, a imprensa sempre buscando a
"salvação" do Rock (algo que
já encheu o saco), esses quatro rapazes chegaram
não para revolucionar a música, mas para
fazer a melhor música. |
O EP Captain e o álbum
de estréia Hope is Important já mostravam o
potencial dos caras, com Rocks ferventes, a maioria deles
melódicos também. O avanço na sonoridade
do grupo já é audível na primeira música
de 100 Broken Windows. Little Discourage começa como
um grunge, porém com uma voz bem mais trabalhada e
afinada de Roddy Woomble, e explode num ótimo refrão,
mas o melhor mesmo dessa canção é o baixo
marcantede Bob Fairfoull.
I Don´t Have the Map também é bem energética
e aqui se percebe uma semelhança da voz de Roddy com
a do Morrissey do The Smiths. É realmente difícil
dizer como eles conseguiram criar uma das maiores dobradinhas
das história recente do Rock. These Wooden Ideas e
Roseability são as músicas que eu sonharia em
compor se tivesse uma banda, duas músicas que são
melhores do que discos inteiros de muitas bandas com muito
hype e nenhum talento. As duas são fantasticamente
contagiantes, melodia perfeita em ambas, espírito juvenil
em fúria com guitarras para fazer muitos moleques vibrarem
juntos. Você que está lendo precisa conhecer
essas duas canções. Quando surge Idea Track,
Roddy desafina a voz na introdução mas emenda
uma grande melodia sofrida no refrão e nos apresenta
mais esta grande música. Let me Sleep (Next to the
Mirror) poderia ter ser uma composição de Michael
Stipe com guitarras harmônicas lindas e voz emocionante,
mas lembramos que Michael é só uma influência
aqui.
Listen to What You´ve Got é apenas boa, um Rock
meio Grunge, mesmo caso da também boa Rusty. Actually
it´s Darkness é outro grande destaque, com refrão
matador e até um bonito tecladinho.
Mistake Pageant é bem animadinha e muito boa, enquanto
Quiet Crown é mais uma pepita com melodia sublime.
The Bronze Medal encerra bem o disco, calminha para descansar
um pouco do Rock intenso que foi o disco. Nirvana, The Smiths,
Hüsker Dü e R.E.M. são nitidamente as maiores
inspirações, mas encontra-se também toques
de The Cure, Echo & The Bunnymen, Pixies e Fugazi no som
do grupo. Pois é isso, uma banda com muitas virtudes
que foi buscar inspiração no que já foi
feito de bom no Rock, sem ficar reciclando ninguém.
Uma pena 100 Broken Windows não ter uma edição
nacional, pois nossos roqueiros estão precisando ouvir
algo assim.
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