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Quando
surgem discos em que seus criadores mudam a sonoridade
de outros tempos, esses geralmente são criticados.
Foi o que aconteceu com The Remote Part do Idlewild.
Alguns chamaram de cópia dos Smiths, outros chamaram
de Emocore comercial para as massas e outros meteram
o pau dizendo que o som tinha ficado meia-boca mesmo. |
Quer um conselho? Não dê ouvidos a tudo isso
e se delicie com The Remote Part, pois poucos discos reúnem
tantas virtudes como esse.
A influência dos Smiths é sim nítida,
mas apenas na voz do Roddy Woomble. Que fique bem claro que
isso não se assemelha ao caso Pearl Jam/Creed, em que
um copia o outro descaradamente.
A falta das guitarras altas e barulhentas deixam sim um pouco
de saudade, mas para que chorar por esse detalhe se as melodias
desse disco são extraordinárias. Além
disso, músicas como as fantásticas Out of Routine,
A Modern Way of Letting Go e (I Am) What I Am Not, mostram
que as influências de Pixies, Hüsker Dü e
Nirvana continuam nas guitarras, só que um pouco mais
trabalhadas e limpas. O mesmo vale para Stay the Same, cujos
riffs lembram muito grandes canções do Dinosaur
Jr. Digo e repito, dá para achar muitas influências
no som do Idlewild.
You Held The World in Your Arms é uma grande canção,
com levada
rápida, vocais melódicos empolgantes e um violino
lindo.
Como alguém pode chamar American English de baba? Essa
música é muito linda e poderia ser uma Shaking
Through do R.E.M., assim como Tell Me Ten Worlds, pop perfeito
como só a banda de Michael Stipe sabe fazer, mas aqui
feito com grande maestria pelos escoceses. Outro caso de canção
para se cantar junto é a ótima Live in a Hiding
Place, que também tem um ótimo videoclip. I
Never Wanted é boa mas menos impactante do que as outras,
lembra um pouco U2 e também Coldplay do novo disco.
A música que encerra o disco é In Remote Part/Scottish
Fiction, boa também, onde um poema é recitado
em meio a ótimas guitarras. Century After Century é
uma música especial, difícil descrevê-la,
mas simplesmente é uma das melhores músicas
do Idlewild.
Esses escoceses nos entregaram mais um belo disco, para ouvir
e não esquecer nunca mais. Muitos chamaram o disco
de maduro, mas acho apenas que eles quiseram fazer o disco
assim, melódico, e o fizeram. Nada impede que eles
voltem ao pulso adolesecnte de antes. O importante é
saber apreciar cada canção de peito aberto,
com guitarras altas ou melódicas, não importa.
A alma de cada uma importa mais.
E vale lembrar também que no single de Live in a Hiding
Place, eles fizeram uma versão para o clássico
Everything Flows do Teenage Fanclub. Preciso dizer mais?
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