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Review: Stag

avaliação:

Alguém disse na página do Mark Prindle que os Melvins são o tipo de banda que faz de tudo pra encher o saco de quem escuta, assim conseguem separar quem é realmente fã e conhece o trabalho deles da massa que comprou só os discos que saíram para virar modinha.

Mais do que só encher o saco, eles querem é incomodar de verdade. Assim conseguem o resultado de que na maioria dos discos, quando você escuta, só tem duas opções: ou odeia ou ama.

Stag é uma exceção, neste ponto. Apesar de não ser o primeiro disco da banda numa gravadora grande (acho que é o "Houdini", que saiu pela própria Atlantic), o disco é muito mais fácil de ouvir que os "grandes" do começo ("Gluey Porch Treatments" e "Ozma"), mas também não é tão odiável quanto o "Prick". Não tem músicas extremamente lentas e longas, apesar de "Lacrimosa" ser realmente terrível, pinacotecagem pura (ou, como disseram, só "a faixa mais perturbadora dos Melvins em toda a sua carreira"). Milhões de vezes mais digerível, não é bem o que tem de pesado nos discos anteriores, só que ainda são os Melvins. Pior, são os Melvins em estúdio - e daí vêm coisas como a terceira faixa, "Bar X The Rocking M", em que você tem metal com trompete, teclado e scratch, ou "The Bit", em que a introdução é com cítaras, e o resultado é maravilhoso sem ser poser e nem de longe (olha a data de lançamento!) é new metal. Acho - veja bem, ACHO - que eles fizeram isso para foder a cabeça de metaleiro com viseiras ou qualquer outro tipo purista que se atreva a ouvir este negócio.

Faixa a faixa, Stag é um disco experimental (no bom sentido da palavra). Nem tudo soa como "Bar X...". Há intromissões menos ("Hide") e mais ("Soup") forçadas, há algo de lisérgico em "The Bloat" e "Buck Owens", há algo de REM (!) que vai até Chipmunks (!!! - EXTREMAMENTE irritante) em volta de "Skin Horse" e, finalmente, as últimas faixas têm dois rocks amigáveis ao rádio (!!!!!!) ("Captain Pungent" e "Berthas"), acabando com uma intromissão country tosca ("Cottonmouth").

E por mais que eu escreva tudo isso, O DISCO É BOM. Só é diferente do resto porque você não precisa escutar umas cinco ou seis vezes antes de poder dizer que é bom mesmo. Numa escala de zero a dez, eu daria uns 7, mas como aqui a numeração é de 1 a 5, vai três e meio.

"Um leão é um leão é um leão - e sua genealogia o aproxima antes dos tigre que das minhocas; mas reconheço que algum sistema de pensamento humano bem poderia ter por princípio centrar um nexo espiritual ou metafórico entre leões e minhocas, o que entretanto não alteraria as genealogias da natureza." - Stephen J. Gould

 

Ana D. M.
maio/2004