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discografia,
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Review: Unplugged

avaliação:

Há males que vêm para o bem. E até o malhadão e batido formato acústico rende seus bons frutos. É o caso do Unplugged de Neil Young. O genial canadense sempre pendeu uma metade para o folk (a outra metade é preenchida por sensacionais viagens guitarrísticas entupidas de feedback), e se mostra bem à vontade no palco, sua segunda casa.

Aconteceram alguns incidentes pra rolar esse disco. No dia da gravação Neil chegou atrasado e barbudo, mas quis fazer o show mesmo assim. Completamente bêbado, errava as canções, parando e começando de novo. Resolveu-se fazer outra gravação, agora com Young sóbrio (mas ainda bem barbudo, hehehe...). O resultado é esse grande disco.

"The Old Laughing Lady" abre o show. É uma canção bem antiga, da época do Buffalo Springfield. É também um folk bem tradicional, de raiz, voz, violão dedilhado e uma letra meio "dylanesca". "Mr. Soul" também é do BS. Mas já é um pouco diferente, com um bom riff (característica de Neil). A primeira da sua carreira solo é "World On A String", do clássico Tonight's The Night, com andamento bem arrastado. A bela e singela "Pocahontas" é simples, com gaitinha e aquele estilo inconfudível de tocar violão. "Stringman" é levada toda no piano, com uma introdução igual ao refrão de "Like A Hurricane". Aliás, a perfeita "Like..." é a próxima do disco, com aquela introdução única de órgão e grande refrão. Pra completar a primeira metade do disco, mais um clássico: "The Needle And The Damage Done", do não menos clássico disco Harvest, maior sucesso comercial de Neil.

A maravilhosa "Helpless" é um dos maiores destaques desse acústico. Com belo arranjo, de piano, acordeão e gaita. É incrível como um refrão tão simples possa emocionar tanto. O público vibra ao reconhecer "Harvest Moon", faixa-título do disco que Neil estava divulgando na época. É a primeira canção de a partir de 76 a rolar (é de 92). "Transformer Man" é de 82, da fase eletrônica do cantor, mas ainda uma bela balada. "Unknown Legend" também é de Harvest Moon. Essa versão pouco se diferencia da de estúdio, ou seja, é linda. E o refrão já é clássico. Agora rola outra antigona, "Look Out For My Love", de Comes A Time (78). Ainda na década de 70, "Long May You Run", pessoalmente minha canção favorita de Young. E é ótima ela estar aqui, pois antes só havia saído no fraco disco de mesmo nome, de 76, dividido com Stephen Stills. O show acaba com a terceira de Harvest Moon, a canção-homenagem "From Hank To Hendrix".

Esse Unplugged é uma ótima opção para quem está se iniciando na carreira do canadense. É também uma ótima oportunidade pra quem curte o lado mais acústico (já que o elétrico está muitíssimo bem representado com o sensacional Live Rust) de Deus.

Jonas Lopes