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Depois
de lançar três dos melhores discos de rock alternativo
da década de 90 (são eles: "Slanted and Enchanted",
"Crooked Rain, Crooked Rain" e "Wowee Zowee"), o Pavement
se deu ao luxo de produzir um disco menos inspirado,
mas sem arranhar a sua reputação: "Brighten the Corners",
que foi lançado em 11 de fevereiro de 1997. |
Não que o disco seja ruim, longe disso, mas
podemos dizer seguramente que ele não tem o impacto e a importância
dos três primeiros citados acima, até porque lançar seguidamente
quatro clássicos é tarefa para poucas bandas do mundo (penso
até que pouquíssimas mesmo). Alguns dizem que a fórmula se
desgastou, e o Pavement deixou de ser genial para ser apenas
cool. Isso pode até ter algum fundamento pois estão lá ainda
as melodias fáceis, os arranjos inusitados aqui e ali, guitarras
simples e despojadas e as letras no mínimo curiosas (ouvimos
ao longo do álbum versos do tipo "what about the voice of
Geddy Lee/How did it get so high?/I wonder if he speaks like
an ordinary guy?" e "Trolls in the glen are consorting again/The
liberals say they don't exist but I know that they do"). Mas
me parece que com esse disco o Pavement se aproximou perigosamente
de uma simples "party band" fazendo um, como costuma-se chamar
nos EUA, "Schoolhouse Rock" mais simples, diferente dos três
primeiros discos, onde víamos a banda sem medo de errar e
experimentar. Steve Malkmus e o resto do grupo continuam sem
se levarem muito a sério, e tocando descompromissadamente,
mas ainda sim o resultado não tem o impacto e as perfomances
de, por exemplo, "Slanted and Enchanted".
Mas, insisto, o disco não é ruim. É rock básico e simples,
sem firulas ou preocupação com detalhes e produção, cativante
e gostoso de ouvir sem compromisso. A influência mais latente
continua sendo os reis do estilo, o Pixies, sendo que as microfonias
e distorções a la Sonic Youth foram deixadas de lado quase
que completamente. Os destaques ficam por conta de "Stereo",
"Shady Lane", "Date w/ Ikea", "Embassy Row" e "Passat Dream".
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