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Review: Come On Pilgrim

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Nós brasileiros temos um azar tremendo na área musical: quantos grandes discos não são lançados aqui a cada ano? Cem? Mil? É uma pena. Mas as vezes não somos tão azarados assim: a edição brasileira do Surfer Rosa veio com o primeiro EP dos Pixies, Come On Pilgrim.
Ele não pode ser comparado ao disco principal, nem ao também maravilhoso Doolitle, até porque isso seria uma injustiça com qualquer disco de qualquer banda, com raríssimas exceções, mas é melhor do que 99% do catálogo de qualquer Megastore.

A primeira faixa é Caribou. Cantada por Kim Deal, é apenas razoável. Em seguida, a primeira versão de Vamos, com um vocal mais contido de Black Francis e sem tanto barulho quanto a versão "clássica" da música. Isla de Encanta, outra cantada em espanhol, vem na seqüência. Um punk rápido, cru, que não faria feio em Surfer Rosa.

Ed Is Dead me lembra Wave of Mutilation. Apesar da melodia pop, não é muito marcante. Aproveitando a influência de Surf Music de Ed Is Dead, vem The Holiday Song que, por sua vez, é uma das demonstrações mais visíveis de que Black Francis ouve e muito esse tipo de música. É legal, mas não chega a ser um clássico da banda como a seguinte, Nimrod's Son. Essa mistura de country e punk rock que conta a história de um homem que descobre ser fruto de um incesto depois de um acidente de moto (!!!) pode ser descrita em uma palavra: perfeita! Uma bela demonstração de que os Pixies não eram pessoas normais. Dois minutos depois, outra pérola: I've Been Tired. Definitivamente, a melhor do disco, e possivelmente uma das melhores músicas da banda. A melodia é deliciosa, um pop bubblegum de primeira, que deveria entrar na coletânea Death To The Pixies no lugar de Caribou. Ouça e entenda porque eu adoro esses caras. Para fechar, Levitate Me, que não chega a ser uma grande música, mas encerra com dignidade o EP.

A importância de Come On Pilgrim é ver como tudo começou. As sementes do som da banda foram plantadas nesse EP. Tudo está aqui: as influências surf music, a pegada punk, a crueza, os "momentos mariachis", etc. Você pode acusar a banda de atirar para todos os lados, mas não é isso. É apenas uma banda nova testando todas as possibilidades sonoras que poderão usar no futuro, usufruindo das melhores influências, de excelentes músicos e de um compositor que é simplesmente do c******. O tempo mostrou: a experiência deu mais do que certo, e a banda influenciou, direta ou indiretamente, muita gente boa que fez sucesso depois de seu fim. Um brinde aos Pixies!

Francisco Marés de Souza
04/03/2003