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Review: Doolittle

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Os Pixies marcaram a virada do rock alternativo direto para as revistas populares e ouvidos mainstream. O sucesso vindouro do Nirvana não teria acontecido se não houvesse existido Black Francis e Cia. O vocalista (atualmente Frank Black) bolou esta obra-prima, um dos melhores discos dos anos 80. E que mostra o quanto a banda foi injustiçada. Se as gravadoras houvessem explorado corretamente todo esse potencial, eles teriam estourado.

A primeira faixa é "Debaser", maior clássico do grupo, e que aliás criou o gancho para Kurt Cobain compor "Smells Like Teen Spirit". Excelente melodia (tente esquecê-la), os backing vocals sexies de Kim Deal e harmonias beach boyanas, além da engraçada letra. Kim Deal é destaque absoluto em "Tame", onde sua voz delicada e seu baixo distorcido dão base para Frank soltar sua gritaria convencional. Bom notar que essa música parece influenciar 99% das bandas alternativas. "Wave Of Mutilation" segue a linha de "Debaser", com ênfase na melodia. Frank toca a canção até hoje, nos shows de sua carreira solo. As boas intervenções de guitarra do grande Joey Santiago é que ficam na divertida "I Bleed". É complicado analisar "Here Comes Your Man". Uma genial pop song, ideal para as paradas de sucesso (essa música é garantida até hoje nas rádios), mas não foi sucesso total. Ela aponta o caminho que os Pixies seguiriam em Bossanova. "Dead" é uma paulada só. Lembra o primeiro disco Surfer Rosa. Aqui se fica chateado em saber que o Nirvana copiou bastante a banda e teve muito mais sucesso. "Monkey Gone To Heaven" é uma baladona (!) com direito a cellos e violinos. Combinação que ficou muito legal no disco. Isso sem contar a letra meio surreal (penso se esse é mesmo o melhor termo).

Bem, se depois de violinos você acha que não vai mais se surpreender, passe para "Mr. Grieves". Começa como reggae (!!!), com direito a vocais que são puro Marley. Mas no meio fica pop. "Crackty Jones" é hardcore puro e seco, batera à 100 por hora e vocais "só-na-garganta". 1 minuto e meio de porradaria. "La La Love You" começa com um riff legalzinho, uns assovios e os vocais do baterista David Lovering, o Ringo Starr dos Pixies. Sente o drama: "Ali/I'm saying pretty baby/first base/second base/third base/home run". A mais engraçada de Doolittle. "Nº 13 Baby" (Zagallo adoraria) também é carregada por Kim e vem com mais uma indescretível letra. "There Goes My Gun" e a clássica "Hey" vem mais sérias e pesadas. "Silver" é delicadinha, com direito a slide-guitar, solinho e bons vocais. Uma música muito bonita. "Gounge Away" fecha maravilhosamente bem Doolittle.

Longe de qualquer rótulo, Doolittle é um disco de ROCK, em suas várias vertentes. Um disco em que o grande destaque é a Kim Deal, que com seu baixo costura as músicas do disco, além do sempre genial Frank Black. É o momento em que o pop, o punk e o rock alternativo se encontram. Compre, empreste, grave, roube, mas tenha Doolittle em casa!

Jonas Lopes