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Review: Kid A

avaliação:

Maluquice esquizofrênica? Genialidade incompreendida? A verdade é que ninguém ficou à parte quanto a Kid A, do Radiohead. "Não tem melodia", dizem alguns; "Não dá pra entender a voz dele", opinaram outros. Depos do inimaginável sucesso de OK Computer (eleito pela revista Q o melhor disco de todos os tempos), surgiram os problemas: pressão, fama, bloqueios criativos, falta de privacidade...

Thom Yorke só pensava em fazer um disco sem melodias, somente ruídos, enquanto seus companheiros apostavam em retirar as intervenções eletrônicas de OK Computer e criar uma obra "guitarreira", com músicas curtas. Tiveram de se conformar com o pensamento do vocalista. Além disso, Yorke passava por uma crise criativa das brabas, não conseguindo compor nada, destruindo tudo o que começava. No final, um disco gravado em 3 cidades e 4 estúdios, que chocou profundamente seus fãs, positiva ou negativamente (e foi um sucesso de vendas). Pouquíssimas guitarras, produção oca, intrumentos exóticos, batidas incomuns, flertes com outros ritmos como o jazz e muitos, mas muitos efeitos eletrônicos. Sem contar o trabalho gráfico realmente MALUCO, com desenhos, fotos e ilustrações completamente incompreensíveis.

Vamos às faixas de Kid A:

EVERYTHING IN IT´S RIGHT PLACE : Ruídos estranhos e a voz de Thom soltando dissonantes "Everythiiiiing...". A letra se repete por toda a canção. Maravilhosa, ótima escolha para abrir Kid A.

KID A : Começa com um piano esquisito, uma bateria tribal e a voz de Yorke tomada por um vocoder. Lance: "We got heads on sticks/ You got ventriloquists".

THE NATIONAL ANTHEM : Introdução maravilhosa de baixo e uma bateria muito bem tocada.

HOW TO DISAPPEAR COMPLETELY : Um dos destaques do disco. É meio ambient, lembra alguma coisa do Portishead, com camadas de teclados e violões enterrados na mixagem. Linda.

TREEFINGERS: Instrumental, apresenta somente órgãos sobrepostos.

OPTIMISTIC : Oásis pop. Canção "mais normal" de Kid A, lembra demais as músicas de The Bends. Ou seja, clássica!

IN LIMBO : Arrastada, com uma letra que parece narrar alguém perdido.

IDIOTEQUE: Maravilhosa. A grande obra-prima do disco. Base bem eletrônica e Thom narrando um acidente de navio. Ganhou um clipe muito bom.

MORNING BELL : Um loop de bateria (humano) que se repete, boa melodia e a voz de Yorke bem encaixada.

MOTION PICTURE SOUNDTRACK : Linda, parece uma canção de ninar (!). Clima celestial, com direito à harpa e tudo! Detalhe: um minuto depois do fim entra uma vinheta instrumental escondida.

Jonas Lopes