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Se uma
palavra tivesse que ser usada para definir o primeiro
álbum do Rage Against The Machine, seria “impressionante”.
Lançado em 1993, quando os EUA ainda viviam o
estouro do grunge, o disco auto-intitulado ficou marcado
por vários motivos. |
Entre eles, poderiam
ser citados a sonoridade do Rage, repleta de elementos raras
vezes vistos em outras bandas, como o caráter experimentalista
e ao mesmo tempo virtuose do guitarrista Tom Morello unido
ao vocal “rapeado” de Zack de la Rocha; e também
o teor das músicas, todas elas faixas de protesto contra
a política e a sociedade americana – a postura
revolucionária de Zack tornaria lendária.
O álbum começa quente, com a explosiva “Bombtrack”.
Já no título se torna visível outra marca
da banda, uma fina ironia presente em diversas outras músicas.
A faixa seguinte é provavelmente o maior sucesso do
Rage: “Killing In The Name”, cuja letra, que originalmente
se chamaria “Killing In The Name Of USA”, foi
censurada mesmo após a retirada do “USA”
do título, não sendo impressa no encarte. Há
outros destaques, como “Bullet In The Head”, “Know
Your Enemy” e “Freedom” (esta, o primeiro
single), além, é claro, de “Wake Up”.
Esta música, uma das melhores do disco, passou despercebida
na época do lançamento do álbum, se tornando
depois um grande hit ao ser incluída na trilha sonora
do mega-sucesso Matrix.
Lado a lado com Zack e Morello, o baterista Brad Wilk e o
baixista, que neste álbum assina como Timmy C. (ele
mudaria a assinatura a cada disco) não fazem por menos,
criando uma sólida cozinha. É particularmente
interessante a introdução de “Bombtrack”,
com o baixo em uma seqüência curta porém
genial, e a mudança na bateria de “Freedom”.
Com esse primeiro álbum, o Rage Against The Machine
entraria no restrito clube das bandas que possuem um estilo
de música realmente original, que infelizmente nos
últimos tempos foi associado ao dito “new metal”.
Nada é perfeito. Isso, porém não diminui
o impacto e a urgência desse CD, bem como não
minimiza seus atributos. Ainda bem.
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