A
origem da banda:
Uma das reuniões mais inusitadas do rock uniu o ex-baixista
de uma das bandas mais importantes da década de 90,
com uma anônima cantora de rua: o Sweet 75, formado
no início de 1995 pela cantora venezuelana Yva Las Vegas e
o ex-baixista do Nirvana Krist Novoselic. Na festa de aniversário
de Krist em 1994, seus amigos contrataram Yva, que cantava
músicas tradicionais latinas nas ruas e em bares de Seattle.
Krist se entusiasmou pela cantora desconhecida e ofereceu
ajuda para que ela gravasse algumas músicas. Depois de algumas
sessões, os dois estavam tocando juntos. Krist assumiu a guitarra
(de 12 cordas, diga-se) enquanto Yva tocava baixo.
Os dois começaram a escrever algumas músicas e logo a mídia
fazia um estardalhaço sobre a inesperada nova banda de Krist
com sua vocalista venezuelana. Mas o primeiro (e único) disco
demorou a ser lançado. Depois de uma sucessão de bateristas,
o talentoso ex-percussionista do Ministry, William Rieflin,
um dos grandes músicos de Seattle, assumiu as baquetas.
Gravando o disco:
Depois de alguns ensaios, eles iniciaram a gravação do disco
com o produtor Paul Fox, a ser lançado pela gravadora Geffen
(a mesma do Nirvana). O disco, simplesmente intitulado Sweet
75 era uma improvável mistura de um rock alternativo dissidente
do Nirvana, e música latina, com letras dramáticas e confessionais.
A banda contou com dois convidados de peso, na música "La
Vida", cantada em espanhol, Herb Alpert, um dos donos da gravadora
A&M tocou um solo de trumpete, enquanto que a canção tradicional
venezuela "Cantos de Pilon" trazia Peter Buck, guitarrista
do R.E.M. no mandolin (ele que já havia celebrizado o mandolin
no hit "Losing My Religion" do R.E.M.). O restante do álbum
era cantado em inglês e trazia como destaque "Fetch", de refrão
bem pop e outras músicas mais raivosas como "Bite My Hand"
e "Poor Kitty", nessa última, Yva 'destilava o seu veneno'
na letra: "Why don't you / Fuck yourself / 'Cause I don't
wanna fuck / Not with you".
Os problemas:
William Rieflin deixou a banda logo após o término das gravações
e foi substituído pelo baterista Adam Wade.
Cercado de grandes expectativas, o disco foi lançado somente
na metade de 1997, dois anos depois da formação do grupo.
A reação da crítica não foi nada entusiasmante, embora o disco
não tivesse sido criticado, mas o problema maior foi de promoção.
A Geffen estava passando por dificuldades financeiras e não
escolheu o Sweet 75 como uma prioridade. A conseqüência mais
grave foi que a gravadora não pôde bancar a turnê da banda,
que acabou sendo cancelada. Com isso, o baterista Adam Wade,
que já não iria receber direitos autorais pelo disco (já que
não havia participado das gravações), também não receberia
nada pelos shows cancelados, então ele resolveu sair da banda.
Sem
shows e sem divulgação, o álbum Sweet 75 logo
foi esquecido pelo público e teve uma vendagem bem baixa,
em nenhum momento fez parte da lista dos 100 discos
mais vendidos da Billboard.
Além disso, o Sweet 75 ainda enfrentava várias brigas
internas entre Yva e Krist. O resultado foi que, ainda
em 1997, poucos meses depois de lançado o disco, a banda
se separou melancolicamente. |
Yva e Krist |
Uma nova tentativa:
No ano seguinte, Las Vegas e Novoselic se reuniram novamente
e com os ânimos renovados e com novas perpectivas resolveram
tentar de novo. Eles ensaiaram novamente com William Rieflin
e um músico experimentalista de Seattle, Jeff Grieke. Comporam
novas músicas e gravaram demos para "What's Bigger Than Love?",
"Siempre" e "Cover You". As novas músicas chamaram a atenção
de promotores sul-americanos que ofereceram uma turnê ao Sweet
75 dentro de um projeto chamado Rock En Español. Para fazer
os shows, a baterista Gina Mainwal foi chamada para tocar
com Krist e Yva. Uma turnê pela Florida e Porto Rico foi organizada,
mas tudo desmoronou depois de novas discussões entre
os integrantes e problemas de dependência química de Yva.
A banda anunciou seu final e desta vez definitivamente.
Alexandre Luzardo
atualizado em mar/2004
|