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Thirteen
é considerado por muitos um disco menor na discografia
da banda, sempre vivendo as sombras de Bandwagonesque,
Grand Prix e Songs From Northern Britain. Mas não
caia na conversa dos outros: o disco é tão
bom quanto esses 3 discos citados, com a diferença
que há um flerte maior com o grunge e com o punk
rock, soando muitas vezes como um Weezer |
muito (vale a pena repetir:
MUITO) mais inspirado, e, claro, com referências maiores
ao Pop dos anos 60 e com aquelas harmonias vocais que só
Gerard Love, Norman Blake e Raymond McGinley sabem fazer.Vale
destacar, também, que esse é o primeiro disco
da banda onde as músicas são bem distribuídas
entre os 3 compositores, nos anteriores quase tudo era de
Blake.
Hang On começa com um
riff de guitarra totalmente hard rock, mas depois disso se
mostra uma bela balada bem ao estilo da banda: lenta, com
belas harmonias vocais e até uma flautinha para dar
o clima. Não é uma música 1 marcante
como About You ou The Concept, mas com certeza abre bem o
disco.
The Cabbage é a primeira
grande música do disco. Rock'n'roll na veia, riffs
distorcidos e pesados, uma guitarra havaiana (que, pasmem,
ficou perfeita) e, claro, uma melodia pop linda no fundo de
tudo. Soa como o Catholic Education, disco de estréia
da banda, mas com uma dosagem maior de pop. E um lindo refrão.
Clássica!
Radio segue a levada da anterior.
Rock'n'roll, uma bateria frenética, guitarras punk
rock e uma melodia pra lá de adorável. Vale
destacar o solinho de guitarras, bem Pavement. Norman 3 é
um pouco mais lenta. Uma bela declaração de
amor, "pra cima" e divertida. No final, o refrão
fica repetindo por horas, pra todos cantarem junto. Excelente!
Song To The Cynic é
mostra o lado mais triste da banda. Uma baladona para arrasar
corações, com guitarras distorcidas no fundo
e o baixo ditando o andamento, junto com o belo vocal do "Paul
McCartney" do TFC, Gerard Love. No final, um belo solo,
simples e arrasador, bem no estilo da banda.
120 mins é a primeira
de Raymond McGinley no disco. Antes dessa, McGinley tinha
sido co-autor da maioria das músicas de Catholic Education
(junto com Norman Blake), e compôs apenas uma música
de Bandwagonesque (a fraquinha I Don't Know). É uma
bela balada, mas não está ainda no nível
das composições da duplinha Blake/Love. Escher
também é dele, e essa sim está no nível
dos outros dois membros principais do melhor fã clube
de todos. Bem pop, mais animada que as duas anteriores, e
com um refrão que me lembra bastante os anos 80 e a
New Wave.
Commercial Alternative é
Teenage Fanclub. Uma daquelas músicas com a cara da
banda, principalmente se tratando da fase Thirteen. Guitarra
distorcida, violinos, melodia power-pop, refrão forte
e marcante, e nada mais.
Fear of Flying poderia estar
sem problemas no Catholic Education. Uma melodia triste sob
doses cavalares de guitarras e um riff na introdução
que lembra muito indie rock americano (Dinosaur Jr., Pavement,
Superchunk, etc.). Apesar das aparências, não
é de Norman Blake nem de Ray McGinley, e sim de Gerard
Love. Provavelmente a mais fraca do disco, longa demais e
sem aquele frescor pop que caracteriza a banda. Em seguida,
vem Tears Are Cool, belíssima balada que começa
só com uma guitarra e a voz de McGinley. A música
vai crescendo até o último refrão, de
arrepiar.
Ret Liv Dead é uma das
melhores músicas da banda. Talvez a melhor. Essa música
é maravilhosa, um dos 2 minutos mais belos da música
pop. Uma guitarra distorcida, a voz de Blake, uma melodia
maravilhosa, uma letra perfeita, um clima tristíssimo
e um refrão simplesmente perfeito, com violinos, a
banda toda tocando e uma das melodias vocais mais fantásticas
já ouvidas. Essa é A música, daquelas
para ser ouvidas por horas e horas a fio.
Get Funky é uma vinheta
instrumental, que começa com um baixo funk, e segue
com as guitarras distorcidas e Rock'n'roll da duplinha Blake/McGinley.
É a única música da carreira da banda
com a assinatura solitária do baterista Brendam O'Hare.
Diverte e muito. Pra encerrar, a longa Gene Clark, com seus
6 minutos de melancolia e guitarras pesadas, lembrando bastante
Sonic Youth. Não é o Grand Finale ideal, mas
é uma bela música de qualquer jeito.
E Thirteen é isso. Momentos
de pura melancolia, momentos de festa (Radio é o tipo
de música "prozac", aquelas que curam qualquer
depressão), tudo embalado por guitarras desleixadas
e vocais certinhos. Uma continuação coesa de
Bandwagonesque, com a veia indie de Catholic Education e o
frescor pop de Grand Prix misturados em porções
exatas. Grande disco, como todos os outros deles. Precisa
de algo mais?
Eu te garanto que não. |