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A banda:

Twilight Singers
Formado em Seattle, EUA, em 1997

Formação:
Greg Dulli: vocal e guitarra

Scott Ford: baixo
Bobby MacIntyre: bateria
Dave Rosser: guitarrista
Manuel Agnelli: piano, guitarra
Dario Ciffo: violino, guitarra

Outros integrantes:
Harold Chichester: vocal
Shawn Smith: vocal
Barret Martin
: baterista
S
teve Cobby: multi-instrumentista
Dave McSherry: multi-instrumentista
John Curley: baixista
Dave Catching: guitarrista
Joseph Arthur: vocal
Ani DiFranco: vocal, guitarra

Biografia:

Segundo o próprio site oficial da banda, o Twilight Singers é a oportunidade do seu vocalista, Greg Dulli, de estar em qualquer tipo de banda que ele necessite estar em qualquer momento da sua carreira. Uma banda mutante, não um projeto solo propriamente dito. "Para mim o Twilight Singers é o que quer que eu queira que seja. Posso resolver fazer um álbum de reggae e dizer que é do Twilight Singers desde que participe e escreva as canções, pois o Twilight Singers sou eu."

Teve início em 1997, quando o Afghan Whigs ainda estava firme como um dos grandes nomes do rock alternativo dos anos 90 antes de lançar o que viria a ser seu último álbum, "1965". Neste ponto, o bem relacionado Greg Dulli se uniu aos amigos Harold Chichester (Howlin' Maggie, Pigeonhed, Satchel) e Shawn Smith (Brad), além do baterista Barret Martin (Screaming Trees, Mad Season), e músicos de Nova Orleans (berço de grande parte das influências musicais de Greg) para gravar um disco, no Kingsway Studios.

Pode-se dizer que Nova Orleans foi a grande responsável pela volta de Greg Dulli à música após o relativo fracasso do "Black Love", uma vez que ele, à época, atuava em alguns filmes e se mostrava descontente com o music business. Uma época complicada para o vocalista que enfrentou novamente a depressão e as drogas (já bastante retradadas em seu último disco). Apesar de ter afirmado que o contato com grandes nomes da música mundial e a possibilidade de tocar com eles "recarregou suas baterias", ele só se recuperaria voltando a Seattle e se internando para tratar sua depressão clínica.

Com a ida do Afghan Whigs para a Columbia (após o desligamento da Elektra pelas baixas vendagens do Black "Love", que teve um alto custo de produção), um novo disco dos Whigs se tornou prioridade. Com isso, o projeto Twilight Singers foi deixado de lado e "1965" foi lançado, em outubro de 1998. Nele já se verificava a melhora de Dulli, com músicas mais felizes em um disco que soava como uma celebração.

Finalmente após o lançamento dos Whigs e uma exaustiva tour, Dulli resgatou as fitas gravadas em Nova Orleans para descobrir o que fazer com elas. Grande fã do dance duo instrumental underground Filla Brazillia (Steve Cobby e Dave McSherry), os contactou e os três passaram a trabalhar durante um mês naquele esboço de disco. Essa nova colaboração chegou até mesmo a gerar novas músicas, tamanha a identificação entre os três.

Em setembro de 2000, "Twilight As Played By The Twilight Singers", viu a luz do dia. O resultado, segunda a crítica: arranjos sensíveis, letras confessionais, influências de rhythm and blues de Nova Orleans até british dancefloot ambience, retratando um lado ainda não conhecido de um soulman que era famoso por sua atitude rock and roll e que definiu o disco como o fim de um ciclo de introspecção, raiva, vingança e tristeza que começou com o "Congregation" (disco de 1992) e que excluía o "1965" - segundo o próprio, um "espaço para respirar".

Chegou o dia, então, que as distâncias entre os membros do Afghan Whigs, que moravam em cidades diferentes (Los Angeles e Seatlle), custou o fim da banda. Dulli, que já trabalhava em novas músicas para um próximo disco, passou a direcioná-las para o Twilight Singers, havendo escrito já quase 30 canções. Também ajudou vários amigos em seus projetos, entre eles Mark Lanegan em seu álbum solo "Bubblegum", aparecendo em duas faixas, "Methamphetamine Blues" e "Message to Mine". Não parou de trabalhar naquelas novas músicas, no entanto, e já havia finalizado metade de um álbum que ainda não possuía gravadora. Da mesma forma que o último disco da banda, Greg Dulli resolveu gravá-lo antes de se preocupar com problemas administrativos. Tudo ia bem até que Ted Demme, diretor e grande amigo de Dulli, faleceu em uma quadra de basquete. A partir daquele momento, aquelas músicas foram deixadas de lado, pois, segundo o vocalista, "não se conectavam com a minha vida naquele momento". Mais uma vez os sentimentos de perda e depressão seriam responsáveis por um grande disco.

E foi o que ocorreu com o lançamento de "Blackberry Belle", em 2003, um disco pesado, depressivo e carregado que espelhava os sentimentos de seu líder à época. Mark Lanegan retribuiu a contribuição com "Number 9", em um disco produzido por Mike Napolitano e Mathias Schneeberger, gravado tanto em Nova Orleans quanto em Los Angeles e Memphis.

Este lançamento foi acompanhado pelo EP "Black is the Color of My True Love's Hair", que além da cover do título, contava com "Domani" e "Son of a Morning Star", curiosamente apontada nos créditos como produzida e mixada por Yin e Yang. Mais tarde Dulli revelaria que Yin e Yang são seus velhos companheiros do Afghan Whigs que gravaram esta música. Também a presença de vários deles em shows do Twilight Singers (dependendo da localidade) mostram que não restou qualquer tipo de inimizade entre eles.

Após extensiva tour, o próximo projeto do Twilight Singers seria um disco de covers. "She Loves You", de 2004, contém várias das já tradicionais versões que a banda faz em cima do palco (a mais famosa, talvez, a dobradinha de "A Love Supreme" e "Please Stay"). Mais alguns destaques ficam por conta de "Feeling of Gaze" (Hope Sandoval), "Hyperballad" (Bjork) e "Strange Fruit", que ganhou uma releitura a la Beatles "I Love You (She´s So Heavy)". Mais uma série de shows se seguiu.

2005 foi um ano bastante cheio para Dulli. Para citar os principais projetos: composição e gravação de canções para o Gutter Twins, seu novo projeto com Mark Lanegan; produção do disco e participação na tour da banda italiana Afterhous; lançamento das canções que haviam sido deixadas de lado para dar vez ao que seria o "Blackberry Belle", "para os fãs"; trabalho no novo disco do Twilight Singers, "Powder Burns"; lançamento de um DVD com registros ao vivo. Apesar de já contar com um bom número de canções gravadas com o Gutter Twins e até mesmo ter estreado ao vivo uma delas ("Front Street", em meio a covers de Screaming Trees, Afghan Whigs, Twilight Singers e Queens of the Stone Age) ao abrir um show para o Afterhours, em novembro, o lançamento de um disco ficaria para depois.

O lançamento de "Amber Headlights", as "canções perdidas" do Twilight Singers, foi feito, curiosamente, sob o nome de Greg Dulli. Algo incoerente se notarmos que o Twilight Singers nada mais é do que um projeto solo de Dulli, moldado conforme o seu estado de espírito e ainda mais incoerente pelo fato do disco estar lado a lado com os outros discos do Twilight Singers no próprio site oficial da banda. Excentricidades à parte, trata-se de um disco mais direto, mais orientado para o rock do que os três anteriores, algo mais Afghan Whigs. O que é bastante coerente se lembrarmos que muitas destas músicas estavam sendo escritas para serem lançadas pelo antigo grupo.

Em maio de 2006 é lançado "Powder Burns", o sucessor "oficial" de "Blackberry Belle", produzido novamente por Mike Napolitano. A ele se seguirá o que promete ser mais uma longa tour.

Felipe Barros Pereira
maio/2006

Álbums:
Discos Oficiais Ano
Twilight As Played By The Twilight Singers 2000 (Columbia)
Blackberry Belle 2003 (One Little Indian)
She Loves You 2004 (One Little Indian)
Powder Burns 2006 (One Little Indian)
Outros Ano
Black is the Color of My True Love's Hair EP 2003 (Birdman)
Amber Headlights 2005 (Infernal Recordings)