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Review: Maladroit

avaliação:

O Weezer chega ao seu quarto álbum com Maladroit, pouco menos de um ano depois do Green Album, disco que dividiu opinião dos fãs, mas marcou a volta em grande estilo da banda, conquistando as paradas depois de cinco anos de esquecimento.

E Maladroit, como não podia ser diferente, repete a conhecida e bem-sucedida fórmula power pop do Weezer. Na comparação com o Green Album, salta aos olhos (aos ouvidos!) a altura das guitarras, é o disco mais hard rock do Weezer. Alguns dos riffs são os mais pesados que a banda já gravou até hoje. Aquele mais desavidado que escute a introdução de "Fall Together" pela primeira vez, é capaz de confundir com algum riff de Jerry Cantrell para o Alice in Chains. E há cada vez mais espaço para solos grandiosos, mesmo em "Dope Nose", a melodia mais pop e acessível do disco, é reachada por um solo rápido e afiado. Sim, talvez Rivers Cuomo esteja se revelando um virtuose! 

O disco tropeça em alguns momentos, principalmente quando o que se ouve parece tirado diretamente de algum disco perdido da fase anos 80 do Kiss. Riffs e refrões clichê, como o que podem ser ouvidos logo na primeira faixa, em "American Gigolo" (que se não fosse por uma ponte tipicamente Weezer no fim da música, seria intragável) e principalmente "Take Control" e sua introdução abominável (depois melhora, mas não o suficiente para salvar a música). De resto, como nem tudo são pedras no caminho, o disco tem várias melodias que grudam no ouvido, como a já citada "Dope Nose", forte candidata a mega-hit do disco, e também "December", que fecha o disco com sua levada retrô. Tem ainda a alegre e bobinha "Love Explosion", que mostra o Weezer em seu momento "Shiny Happy People", além de "Slave", que tem a cara do "Green Album" e não entusiasma tanto. 

A surpresa fica por conta de "Burnt Jamb", que tem um andamento que flerta com o soul (!), com um resultado bem interessante, longe de ser um simples exercício de estilo, o resultado final tem a cara da banda. "Keep Fishing", que não chega a impressionar, tem um andamento meio marcheado, nada diferente do que o Green Day já andou experimentando nos seus últimos discos. "Possibilities", a mais rápida do disco, talvez seja o mais próximo que o Weezer vai chegar do punk. Mas as duas pérolas de "Maladroit" são "Death And Destuction" e "Space Rock". "Death And Destruction" é a melhor balada da banda em muito tempo, marcada por um riff poderoso. "Space Rock" dá o seu recado em menos de dois minutos, numa zoeira de guitarra com cara de jam session. A letra é cantada em falsete, temperada por Oh-Oh's, mais Weezer que isso impossível.

Mas a sensação que fica é que "Maladroit" é um disco menor na carreira do Weezer, assim como o "Green Album", ambos não estão no nível dos dois primeiros discos da carreira da banda. Ao menos fica a comemorar o fato de que a banda está a todo vapor, lançando um disco por ano (Rivers Cuomo já andou falando em entrevistas de que o próximo pode ser lançado em fevereiro de 2003). Parece que Rivers encontrou a fórmula para compor em larga escala, dizem que o repertório de "Maladroit" foi escolhido entre dezenas (e chegou a se falar em mais de uma centena) de músicas. Talvez um dos segredos disso esteja nas letras da banda, cada vez mais impessoais e genéricas. É provável que seja melhor ter disco novo do Weezer todo o ano, mesmo que não sejam discos brilhantes, do que ficar na 5 anos na espera por um novo "Pinkerton", se bem que, na esperança dos fãs, sempre fica o desejo que a banda consiga se superar daqui para adiante.

Alexandre Luzardo