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O que andamos ouvindo?
Na vitrola de Alexandre Luzardo
Crowded House - Together Alone [1993]Quarto trabalho da banda dos irmãos Finn, os maiores expoentes da música na Nova Zelândia na história, nesse disco, já sem qualquer resquício de anos 80 no som/produção. Na melhor das hipóteses, é um som pop de qualidade. Na pior das hipóteses, é música fácil e ligeiramente almofadinha de uma banda que não se arrisca muito. Eu fico com a primeira opção e confesso que essa banda é de fato muito útil quando se está confinado num ambiente corporativo das 8h às 18h onde a música precisa seguir o padrão Antena 1. Se bem que... Pantera - Vulgar Display of Power [1992]...para o bem da humanidade existem fones de ouvido! A minha relíquia é o Cowboys From Hell em vinil mas o melhor é este aqui. Inexiste música mais ou menos nesse disco, que, se justiça for feita, ainda há de ser considerado um clássico (aliás, será que já não é?). Teenage Fanclub - Man Made [2005]Lamentável. É triste quando um disco demora tanto para sair e o resultado decepciona. Achei que poderia ter sido eu que não tinha sacado o disco ou mesmo não ter ouvido o suficiente (e na boa, nem pretendo insistir muito), mas uma opinião mais avalizada que a minha em Teenage Fanclub confirmou as minhas impressões. Então é certo que não estou perdendo muito.
postado por Alexandre Luzardo em 30.5.05
Na vitrola de V.M.
Temporada ruim. Falta um pouco de tempo, falta um bocado de inspiração. Poucas audições, pouquíssimas idéias para jogar no teclado. Mas tudo bem, as expectativas estão centradas no primeiro disco solo do Corgan. "Walking Shade", em versão streaming, não revela muita coisa - o que revela é para pior - mas "A100" é bem legal. Junho tá quase lá e esse disco vai estar aqui em casa, quem sabe, reacendendo um pouco da chama. Boazinha também essa do Coldplay. No interim, dei uma escutada em coisas que estavam aqui e: The Cardigans /"Long Gone Before Daylight" (2003): Essa banda talvez seja minha preferida na categoria pop. Sempre foram extremamente acessíveis, eficientes e criativos. Eram pop para quem quisesse ouví-los, mas sempre tiveram algum tempero bem particular. Cada disco é uma faceta, para onde caminharam, chegaram bem. "Gran Turismo", o anterior, é uma das melhores mesclas de pop/rock e eletrônica que já escutei. De quebra, tem uma abordagem sombria e melancólica contrastando com a acessibilidade natural do quinteto. Mas em 2003 eles resolveram fazer um lance meio acústico, meio calcado na música americana e, bem, viraram uma banda genérica de popzão. Popzão de arena e de Antena Um. Os singles se salvam legal e, bom, o vocal da Nina Persson foi melhorando como o vinho. Aqui está soberbo. Dá para ouvir o disco, sem pensar muito nos belos discos anteriores, numa manhã tranqüila e tal. Baladinhas e uma chanteuse de luxo. Devem soltar disco novo em 2005. (6/10) Secret Machines / "Now Here Is Nowhere" (2004): Ainda acho que esse CD foi superestimado, porque ele é bem comunzão. Li aí a opinião dum cara que aprecio muito onde ele declarava que este seria um dos melhores discos do ano passado, mas o que se conclui é que "Now Here Is Nowhere" se assemelha a muita coisa que tu já ouviu. E ainda por cima ele é massivo, as faixas são longas e inchadas. Mas, bem, olhando por outro ângulo, há alguma coisa que empurra ele para a frente e essa coisa é a mão cheia nas melodias, embrenhadas numa energia poderosa. Tu sabes que vais ter de enfrentar sete, oito minutos para chegar na próxima faixa, mas por uma razão estranha queres escutar aquele refrão, aquele rifzão, aquela entrada vocal certeria pelo menos mais uma vez. E disco rola até o fim. Não seja injusto, Vicente: "Now Here Is Nowhere" é um bom disco. (8/10) The Beatles / ("Álbum Branco") (1968): Bom, às vezes as coisas não estão lá muito bem, tudo parece um pouco devagar e dormir parece uma opção obrigatória. Os discos estão de lado, parece que as coisas estão lentamente se degenerando. Mas daí "Álbum Branco": "Glass Onion". "Happiness Is A Warm Gun". "Martha My Dear". "I'm So Tired". "Julia". "Yer Blues". "Everybody's Got Something To Hide Except Me And My Monkey". "Cry Baby Cry". (10/10, lógico)
postado por V.M. em 24.5.05
Na vitrola de Ana
Então, depois de um certo ponto vc só aguenta "crássicos". E é verdade - eu tenho me divertido com umas bizarrices no trama virtual, mas, de mais a mais, o que ouço repetidas vezes em uma semana ultimamente é Meat Puppets - IIL7 - Maneater (European tour 1992)Sem análises mais profundas... dá a impressão de que tudo que se podia dizer foi dito. MPII é um álbum perfeito, vai do cowpunk a alguma coisa que não sei bem como chamar que são as faixas que o Nirvana fez cover no Unplugged. Mas caceta, é muito melhor com os Puppets, a voz do Kirkwood é muito mais "aiaiai". Já L7 no Maneater é toda a doença da época em que absorventes voavam sobre a platéia... a gravação não é lá essas coisas mas tá melhor que muito bootleg que já ouvi, então não vai ser dessa vez que vou reclamar. Não tem nenhum laranja gritando "i love you" em cima... então tá valendo. Eu parei no tempo, e daí? É tão bom aqui. :-)
postado por Ana em 22.5.05
Na vitrola de Fabricio Boppré
Não sei quanto aos colegas, mas eu continuo ouvindo discos no meu ritmo normal aqui, e me apeguei a dois discos em particular, nessa semana que passou. São eles: Fugazi - "The Argument": Taí outra banda que eu já ouvi muito, já foi a minha banda preferida, mas depois de um tempo acabei deixando um pouco de lado, devido a outros interesses. Mas peguei para ouvir finalmente o último trabalho dos caras, "The Argument", de 2001, e fiquei com aquela sensação de perda de tempo, por ter ficado alguns poucos anos sem ouvir o Fugazi. Na tentativa de recuperar o tempo perdido, baixei toda a discografia da banda (na época que eu era fã, era na base da fitinha K7) e relembrei com gosto como esse som é absurdo de bom. E esse último disco é no mesmo nível de clássicos como "End Hits" e "Repeater", por exemplo. Talvez sem a mesma fúria de outrora, mas ainda assim um disco muito foda. The White Stripes - "Elephant": Desde a primeira vez que eu ouvi o White Stripes, eu gostei da barulheira protagonizada pela dupla. Aos poucos, eles foram ganhando a antipatia de muita gente (pelo menos da maioria dentro do círculo de amigos com quem eu troco idéias sobre música), devido ao chilique do Jack White na época que o "Elephant" vazou na internet e também devido ao lance das roupas da banda, aquela besteira de só usar vermelho e branco. Compreendo perfeitamente quem tenha pegado nojo de White Stripes devido a isso, mas eu, como de costume, continuo a me ater somente à música, e por isso até hoje ouço-os numa boa. Acho que o disco definitivo da dupla é o "White Blood Cells", mas o sucessor "Elephant" também sobra no aparelho de som, e foi ouvindo ele na semana passada, que eu fiquei na pilha de fazer a seção.
postado por Fabricio Boppré em 16.5.05
Na vitrola de Fabricio Boppré
Fantômas - "Delirium Cordia": Nunca curti muito o Faith No More, por tabela, o Mike Patton nunca foi exatamente meu ídolo. Até que em 1999 ouvi o primeiro rebento do projeto Fantômas, auto-intitulado, gravado pelo Patton em parceria com o Dave Lombardo (Slayer, Grip Inc) e o Buzz Osbourne (Melvins) - acho que só depois o Trevor Dunn (Mr. Brungle) entrou na brincadeira. Lembro de ter ouvido esse debut direto durante algum tempo, um troço espetacularmente estranho e viciante, mas depois acabei deixando de lado o Fantômas. Até que dia desses o Vicente citou aqui na Vitrola o novo monstrinho parido por eles, "Suspended Animation", e a vontade de ouvir aquelas mentes doentes baixando o sarrafo em faixinhas curtas intercaladas por vinhetas loucas voltou. Baixei os quatro discos lançados após o primeiro (a saber: "Director's Cut", "Delirium Cordia", "Suspended Animation" e um outro gravado com o Melvins - The Fantômas Melvins Big Band - chamado "Millenium Masterwork") e me diverti pra caramba com eles nesse fim de semana. É tudo no mesmo nível de criatividade, sinistreza e espancamento sonoro. Uma insanidade absurda. Fantômas é o que há em termos de rock pauleira e experiência musical que ultrapassa o sentido auditivo. Vou citar o "Delirium Cordia", pois ouvir esse álbum é o que mais se aproxima com o ato de assistir a um filme de terror massa (ou seja, um troço que não se vê mais hoje em dia) tipo aqueles antigos do Roger Corman, apesar do "Director's Cut" ser de temática ainda mais cinematográfica, e particulamente, o meu preferido. Nine Inch Nails - "With Teeth": Até hoje não ouvi o "Fragile" com a atenção que um disco do NIN merece, mas resolvi ouvir logo o seu sucessor, recém caído no Soulseek, devido aos efusivos elogios feitos a ele por um amigo. E descobri que estes elogios são todos pertinentes. Belo álbum, especialmente em sua segunda metade. Soa em alguns momentos mais acessível do que costumam ser os álbuns do NIN, mas isso não denigre sua qualidade, pelo contrário: algumas dessas músicas mais "fáceis" são excepecionais. Esse vai tocar bastante, nos próximos dias. E para saudar a chegada do frio em Fpolis, ouvi bastante também o "Bubblegum", do Mark Lanegan. Sei que sou voz solitária ao dizer que é um álbum muito bom, mas ouçam com atenção One Hundred Days, Morning Glory Wine e Driving Death Valley Blues e me digam se um disco que tem essas três músicas não vale um lugar na estante. Não é o melhor trabalho solo do Lanegan (pelo menos três outros eu colocaria na frente de "Bubblegum"), mas ainda assim eu gostei bastante.
postado por Fabricio Boppré em 2.5.05
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