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O que andamos ouvindo?


 
Na vitrola de V.M.

Jesu / "Conqueror" (2007): Eu já venho escutando esse disco desde fevereiro, e vim observando uma certa torcida de nariz para ele oriunda dos fãs dos primeiros trabalhos do Jesu. Particularmente, achei excelente a evolução que Justin Broadrick promoveu em seu projeto no EP anterior, "Silver", quando deixou claro que o Jesu não estava preso ao monolito construído nos discos anteriores. O Jesu tornou-se mais universal e, para meus ouvidos, está fazendo grandes trabalhos que aproximam conceitos díspares como industrial, shoegazing, metal e rock. Enquanto grandes nomes do industrial como Trent Reznor andam batendo cabeça em seus discos novos, Broadrick vem encontrando outras saídas para esse gênero. Suas músicas são massivas, lentas, cheias de detalhes mas igualmente recheadas de uma sensibilidade ora angustiada e claustrofóbica, ora cheia de esperança. Além disso, todos os elementos sonoros são perfeitos: texturas das guitarras, eletrônicos, teclados - tudo conduzido na medida certa, feito por um cara que conhece o assunto perfeitamente. Acredito que as críticas a "Conqueror", por levarem em consideração o peso unilateral do 1o. disco e até mesmo o trabalho impecável dos grandes discos do Godflesh, contestam o efeito menos imediato que o disco causa no ouvinte. Eu já acho que "Conqueror" atou um nó entre a desolação do 1o . álbum e a acessibilidade de "Silver", o que está longe de ser algo do que se reclamar. Na verdade, é um bom disco para se escutar por períodos prolongados, o que não se vem fazendo desde que a música tornou-se assim tão descartável.




 
Na vitrola de Ana

Joy Division - "Let the Movie Begin" (2005)
Este disco é uma coletânea de faixas ao vivo alternadas com trechos de entrevistas. É uma coletânea muito, muito boa, e não estou dizendo isso só como fã da banda: a maior parte dos bootlegs tem qualidade lixenta pra valer, então essas gravações são uma coisa fora do comum. Enquanto o filme, que era pra ter saído no ano passado, não aparece, ...




 
Na vitrola de Fabricio Boppré

Continuo ouvindo diariamente o "Sky Blue Sky", já citado no post anterior (me parece mister fazer o registro novamente).

Black Rebel Motorcycle Club - "Baby 81": E o BRMC cometeu outro disco estupendo. Não acho que a banda vá superar o que fez em "Howl", mas a própria proposta deste quarto álbum já invalida comparações. Mais barulhento, mais rock 'n' roll, mais parecido com os dois primeiros discos - mas melhor ainda do que ambos. O tracklist todo é ótimo, mas há aquelas faixas de assimilição e grude imediato: Cold Wind, Weapon of Choice, 666 Conducer, Need Some Air e Am I Only são fabulosas.

The Clash - "Sandinista": Já disseram que o Clash foi "the only band that matters". Ok, não chego a concordar inteiramente com isso, mas é uma ótima frase. Depois de doses cavalares de "London Calling" e "Give 'em Enough Rope" na adolescência (e pouca paciência para com os outros discos), ando redescobrindo este "Sandinista" e suas 36 faixas multi-variadas, nos intervalos das audições dos BRMC e Wilco novos.




 
Na vitrola de V.M.

Arcade Fire / "Neon Bible" (2007): Engraçado que se fosse há um ano atrás eu teria ficado empolgadíssimo com esse lançamento, contando os dias até que ele chegasse aos meus ouvidos. Como não tenho tido muito tempo, fui me dar conta e o envelope da Merge já tinha aparecido aqui em casa. Paralelamente, não tive muito saco para ler as opiniões a respeito desse disco (coisa que também já fiz com mais freqüência), então perdoem-me se o que escrevo já foi mastigado antes.

O Arcade Fire era/é um mistério, pois de um simples EPzinho eles chegaram no obrigatório "Funeral", disco que comoveu até o mala do Bono Vox. Os registros confrontaram-se para o ouvinte: um extremamente simples, caseiro e o outro poderosíssimo, brilhante. Difícil então imaginar qual passo a banda daria no futuro. "Neon Bible", na verdade, acabou de alguma forma se colocando no meio desse caminho entre o EP e "Funeral". Se "Cold Wind" e "Brazil", faixas lançadas em 2005, sugeriram um Arcade Fire menos elétrico e mais pastoril, "Neon Bible" não deixa de reafirmar essa tendência, logicamente anabolizada com ricos arranjos e principalmente com uma incrível demonstração de amadurecimento da banda. Essa nova etapa preservou a tensão onipresente da música deles, o sangue pulsando nas veias, mas ao invés de gritar como fazia em "Power Out", Win Butler sussurra ironias e críticas no decorrer do disco. As guitarras elétricas tiveram seus volumes reduzidos, dando lugar a uma série de outros instrumentos que, em combinação, são igualmente poderosos, fazendo de "Neon Bible" um disco tenso à sua maneira. Suas músicas são amargas, sem a urgência adolescente de algumas músicas anteriores (com exceção da regravação de "No Cars Go"), mas indiscutivelmente superiores a muito do que se ouve por aí.

A grande tendência, me parece, é colocar os dois discos lado-a-lado e escolher o melhor. "Neon Bible" é uma ótima saída pela tangente. A banda voltou-se para si e extraiu a melhor fotografia de seu som após o boom independente do qual foi vítima. Mais paciente e pensativo, o Arcade Fire acertou mais uma vez.




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