Na vitrola de V.M.
Salve! Duas dicas, no mínimo, díspares:
Justice / "Cross" (2007): Incrível como às vezes surge um disco, ou uma música que seja, com todos os atributos de qualidade e magnetismo que faz o ouvinte questionar seus gostos pessoais e aceitar alguns gêneros que normalmente não fazem parte de seu playlist. O duo francês Justice não faz um som extremamente inovador, na verdade, lembram muito os conterrâneos do Daft Punk: electro dançante e leves flertes com o rock. Entretanto, seu disco "Cross" é bem resolvido do início ao fim, mesmo para quem não pretende dançar ao seu embalo (meu caso). As músicas oferecem um bom trabalho de colagem e timbres escolhidos com sabedoria. Nos fones de ouvido, as texturas soam muito bem, os ritmos definitivamente fazem a perninha balançar e isso já é o suficiente para dedicar algumas horinhas a esse álbum (num caso de, como dizem os gringos,
guilty pleasure). E, porra, aquela "D.A.N.C.E.", mesclando Daft Punk com Go! Team é irresistível.
Wolves In The Throne Room / "Two Hunters" (2007): Black metal feito por norte-americanos que não costumam se maquiar com
corpse paint. Produzido por Randall Dunn (SunnO))), Earth), o disco dá uma conotação um pouco diferenciada ao Wolves In The Throne Room, onde a ambiência se sobrepõe às manias desse gênero tão repetitivo e desgastado. Guitarras pesadíssimas, vocais cavernosos (intercalados por uma contribuição angelical de Jessica Kinney) e bateria tresloucada. As nuances que destacam a banda são sutis, o disco ainda soa como um de black metal, quem não gosta do gênero deve ficar longe. Mas quem encontra nesse tipo de som uma das possíveis
soundtracks para os dias apocaliticos em que vivemos, vai gostar do clima "floresta amaldiçoada" dos caras.
postado por V.M. em 5.10.07