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Graham Coxon :














Graham Coxon

Nascido em Rinteln, Alemanha,
em 12.03.1969






Banda:
Blur (1989~2002)
Biografia:

Graham Coxon construiu sua carreira tocando guitarra em uma das principais bandas inglesas de sua época, o Blur. Mesmo tendo seu talento como guitarrista e sua importância no Blur reconhecidos por fãs e pela crítica, Graham deixou a banda em 2002 após seis álbuns, embarcando definitivamente em uma carreira solo iniciada quatro anos antes.

Seu envolvimento com a música começou desde cedo. Nascido na antiga Alemanha Ocidental, em uma base militar onde seu pai, músico de jazz, dava aulas de música em uma base militar inglesa, Graham e sua família se estabeleceram na Inglaterra poucos anos depois. Por volta dos 12 anos, Graham aprendeu a tocar guitarra e sax e em pouco tempo já participava de diversas bandas. Aos 14 conheceu Damon Albarn e ambos se reencontrariam na faculdade onde formaram o Blur.

Ao longo da uma trajetória bem sucedida, o Blur passou por inúmeras transformações sonoras. Do primeiro álbum, Leisure (1991), quando a banda ainda parecia uma cria da Manchester dos Stone Roses, ao auge do britpop e mais tarde ao flerte com o rock americano (no álbum Blur, de 1997) e com a música eletrônica (a partir de 13, de 1999), o elemento que sempre deu unidade ao som da banda foi a guitarra característica de Graham Coxon. Desde o primeiro single do Blur, “There’s No Other Way”, podia-se comprovar pelo riff que ali estava um guitarrista especial, e sua carreira comprova isso.

No Blur, enquanto Damon Albarn centralizava as atenções e os holofotes da mídia como frontman se comportando no palco e em entrevistas como um típico popstar, Coxon era o carismático guitarrista tímido e nerd, satisfeito a ficar de canto sem aparecer muito. Era também um notório beberrão, suas inúmeras e curiosas histórias de backstage só aumentavam o folclore em torno de si, que aos poucos foi se tornando uma figura muito querida entre os fãs da banda.

A célebre foto da caixinha de leite,
do vídeo de "Coffee & TV"

Com o passar dos anos, a facilidade de Graham Coxon em compor foi crescendo e começou a faltar espaço no Blur para conciliar as canções de Graham e de Damon Albarn, por si próprio uma locomotiva criativa. Além disso, Graham mostrava também uma disposição para se expressar como autor. No álbum Blur de 1997, surgiu a primeira música interpretada unicamente por ele na voz e guitarra, a balada “You’re So Great”. Com isso, não foi surpresa quando em 1998, Graham Coxon montou o selo Transcopic Records e lançou um álbum solo, The Sky Is Too High Assim como em “You’re So Great”, Graham Coxon é o único músico presente no álbum, tocando todos os instrumentos.

No disco, Graham explorava uma massiva gama de influências e experimentações, desde folk até o punk, gravado com uma produção descuidada, por vezes precária, evidenciando se tratar de um projeto paralelo onde Graham dava vazão a sua produção como compositor. A prioridade (ainda) era visivelmente o Blur, tanto que não houve promoção ou turnê em torno do disco. Em 2000 surge o segundo álbum solo, “The Golden D”, mais pesado e agressivo, que teve uma repercussão um pouco menos restrita, sendo percebido fora do espectro dos fãs do Blur como um trabalho distinto da sonoridade da banda.

Em 2001, tirando proveito de um intervalo nas atividades do Blur, que a esta altura tinha Damon Albarn envolvido em seu próprio projeto paralelo, o Gorillaz, Graham Coxon deu seqüência a sua carreira solo com o álbum “Crow Sit On Blood Tree”. Trata-se de um disco completamente diferente dos anteriores, mais introspectivo e delicado. Com a boa repercussão do álbum junto à crítica, o entusiasmo de Graham foi aumentando e ele já preparava um novo álbum quando o Blur se reuniu novamente para discutir idéias para seu próximo disco. Foi então que começaram a surgir especulações sobre a possível saída de Graham do grupo.


Graham: pronto para vôos mais altos
De fato, já fazia algum tempo que se tornava difícil para o Blur conciliar a divergência musical de seus dois principais compositores e, com os anos de convivência, as relações pessoais também já andavam desgastadas, com o agravante do histórico de Graham com a bebida. A soma desses fatores resultou na saída definitiva de Graham Coxon do Blur em 2002. A banda seguiu seu rumo sem um substituto e com Damon deixando as portas abertas em entrevistas para um eventual retorno, ao que Graham reagiu declarando não ter intenção de voltar a integrar o grupo.

“The Kiss of Morning”, lançado em outubro de 2002, foi gravado enquanto Graham Coxon ainda era membro do Blur, foi o primeiro a contar com músicos de apoio e a ajuda de um produtor, resultando num disco mais coeso.

Após quatro discos tão diferentes entre si, para os críticos se tornou uma tarefa árdua situar o trabalho solo de Graham e não é difícil encontrar nomes absolutamente díspares como Pavement, Sonic Youth, Syd Barrett e Nick Drake sendo citados como referências em textos sobre o agora cantor-compositor. O fato é que, apesar de refletir suas influências em seu trabalho, Graham Coxon consegue passar nas músicas sua personalidade, transitando com facilidade entre vários estilos mantendo uma identidade própria, facilmente reconhecível. Nesse aspecto, um outro nome freqüentemente relacionado ao trabalho solo de Graham é o de Billy Childish, que inclusive teve álbuns seus lançados pela Transcopic Records, gravadora montada por Coxon.

Em 2004 surge o primeiro álbum de Graham Coxon efetivamente como um artista solo, “Hapiness In Magazines”. Desta vez, o enfoque foi diferente, a idéia de produção caseira, lo-fi, foi deixada de lado, assim como boa parte dos experimentalismos, tornando o som mais pop e acessível. Para o disco, Graham contou com a produção de Stephen Street, que havia trabalhado nos quatro primeiros álbuns do Blur. Com isso, a comparação com o som de sua antiga banda foi inevitável. O disco, sonoramente falando, se situa entre Modern Life Is Rubbish e Parklife, como se numa hipotética linha no tempo o Blur lançasse Hapiness In Magazines como uma ruptura ao caminho traçado pela banda em Parklife. Essa característica do “novo velho” Graham Coxon certamente agradou fãs mais antigos do Blur, além de ser pop o suficiente para atingir o grande público na Inglaterra. O disco repercutiu muito bem nas paradas, puxado principalmente pelos singles “Freak Me Out” e “Bittersweet Bundle of Misery”. Com sua primeira turnê solo, Graham tocou nos grandes festivais ingleses e em 2005 foi escolhido como melhor artista solo do ano pela NME.

Após sua saída do Blur, Graham Coxon pôde retomar também a sua vertente de artista plástico. Na verdade, desde os tempos de faculdade, quando estudou artes, Graham nunca havia deixado de pintar mas a atividade era mais um passatempo despretencioso do que uma carreira. Seus únicos trabalhos a atingir o público foram as pinturas usadas nas capas de todos os seus álbuns solo e no álbum 13 do Blur. Mas em 2004 Graham fez sua primeira exposição de arte e desde então ocasionalmente expõe seus trabalhos na área, além de participar de leilões beneficentes com a doação de telas.


Entre palcos e galerias de arte

Mas a prioridade continuou com a música e ainda em 2005 Graham Coxon passou a trabalhar em seu sexto álbum solo, novamente com Stephen Street. O disco, Love Travells At Illegal Speeds foi lançado em março de 2006 e trata-se de uma continuação natural do caminho trilhado em Hapiness In Magazines, mostrando um Graham mais confiante e confortável na sua atual posição. Uma característica que marca o novo disco se faz presente nas letras, onde pela primeira vez Graham explora temas pessoais, especialmente relacionamentos, como nunca antes em sua carreira.

Após o lançamento do novo disco, Graham Coxon embarcou para sua primeira turnê solo em território norte-americano. A turnê deve se estender ao longo do ano pela Inglaterra e a expectativa para o futuro é o seguimento natural de sua carreira solo, com o retorno ao Blur parecendo cada vez mais improvável, ainda que os rumores nesse sentido continuem surgindo.


Alexandre Luzardo
abril/2006

Álbums:
Discos oficiais Ano

The Sky Is Too High

1998 (Transcopic)
The Golden D 2000 (Transcopic)
Crow Sit On Blood Tree 2001 (Transcopic)
The Kiss Of Morning 2002 (Transcopic)
Happiness In Magazines 2004 (Parlophone / Transcopic)
Love Travels at Illegal Speeds 2006 (Parlophone / Transcopic)
Outros Ano
Live At The Zodiac [DVD] 2005 (Parlophone)