
&

Porto Alegre (RS),
Brasil - 28 de outubro de 2005
Mudhoney
Pearl Jam
Mudhoney
O show do Mudhoney em Porto
Alegre serviu, entre outras coisas, para retomarem as velhas comparações
entre bandas que começaram no mesmo lugar e hoje estão
em patamares um tanto distantes. Dentre os que tiraram 100 reais
do décimo-terceiro não faltou quem pensasse que
o Pearl Jam seria o exemplo da corrupção de um movimento
sincero pela mídia, com seus shows de estádio, sua
devoção pelo The Who e a abertura da turnê
dos Rolling Stones, e o Mudhoney, coitadinho, o primo que teimou
em permanecer pobre e puro de coração, fechadinho
em suas camisetas de quinta categoria, seus CDs de rock alternativo,
seus vinis de blueseiros anônimos dos anos 40 (e dos primeiros
dos Rolling Stones) e seus livros de William Faulkner, tudo com
aquele riso sincero de nerd. Há, inclusive, quem considere
que o único show grunge da noite foi o do Mudhoney.
É engraçado ouvir defesas iradas de um termo que,
hoje, passada mais de uma década do ápice comercial
do fenômeno, parece ter perdido o sentido, já que
muitos finalmente começaram a perceber o óbvio:
que as bandas de Seattle surgidas entre a década de 80
e 90 nada têm em comum entre si, exceto o fato de que eram
de Seattle e usavam cabelos compridos. É uma relação
muito semelhante à que ocorre entre as novas bandas que
surgem em locais ermos do Brasil e a mídia “ligadaça”
de São Paulo, que procura cenas roqueiras e movimentos
onde só existe um amontoado de grupos brigando entre si,
e que só se unem quando aparecem em matérias especiais
na “Ilustrada” e na recém-ressuscitada “Showbizz”.
Temos um exemplo claro muito próximo de nós - no
meu caso, canoense que sou, a uns 10 quilômetros - mas não
me deterei nele. Voltemos ao Mudhoney. O grupo formado por Mark
Arm (vocal e guitarra), Steve Turner (guitarra), Guy Maddison
(baixo) e Dan Peters (bateria) prefere ser classificado como grupo
de punk rock, e devem tolerar ocasionais frescuras de críticos,
como dizer que eles “temperam seu lado Stooges com pitadas
de Neil Young, Creedence e Rolling Stones”. Como são
tudo menos chatos, não reclamam nem disso e nem quando
são chamados de remanescentes do grunge – até
porque o termo foi criado pelo vocalista da banda, Mark Arm, e
ele deve decidir o que é e o que não grunge, afinal
– e até fazem piada quando algum jornalista pergunta
pela enésima vez o que acharam da morte de Kurt Cobain.
Mark Arm dá risadas, e Steve Turner, o guitarrista, diz
que foi um momento lamentável e que eles pensaram em parar
– afinal, como iam continuar sem o seu vocalista? A ironia
termina quando perguntam quem é melhor, Eddie Vedder ou
Kurt Cobain. Mark Arm não perdoa: “É o Eddie.
Ele não foi estúpido de dar um tiro na própria
cabeça”, diz, sério. Claro. Nenhum deles está
aí pra se matar e virar porta-voz de uma geração,
e o Mudhoney dos muitíssimo bem humorados Mark Arm e Steve
Turner, únicos remanescentes da formação
original, não quer saber de lamento épico. A única
semelhança que guardam com o Nirvana é a base punk
do seu som (quando estava começando, Kurt Cobain não
perdia um show do Mudhoney). O clima é bem diferente: as
letras são diversão pura, reclamações
engraçadas de gente que não agüenta mais o
emprego, o chefe, o mau humor dos outros ou a falta de mulher,
com algumas histórias sinistras de jovens sem futuro e
outras sujeiras da estética punk e, de vez em quando, alguma
melancolia inspirada pelo blues ou pelo country, duas grandes
paixões dos membros da bandas e que constituem as pitadas
acima relacionadas.

Foi essa banda com ambição
de time paraibano na Copa do Brasil que abriu o apoteótico
show do Pearl Jam com uma postura que, se nada teve de apoteótica,
ficou igualmente longe da “seriedade” da maior parte
das bandas ditas alternativas, que querem parecer ser sinceras
e acabam ficando apenas sem-graça. O Mudhoney contou piadas,
tentou falar em português – e, nisso, Mark Arm ganhou
de Eddie Vedder -, não se importou com o fato de que a
maior parte do público não conhecia suas músicas
e pulava só pela barulheira – o que até os
alto-falantes já sabiam que ia acontecer – e, apesar
disso, procedeu como o mestre Iggy Pop no seu show em São
Paulo: tocou apenas as músicas mais conhecidas (ou menos
ignoradas). Um show para o público: para os que conhecem
matarem a vontade e os que não conhecem ficarem sabendo
quem é.
O Mudhoney abriu com “When Tomorrow Hits”, do disco
“Mudhoney”, o segundo da carreira da banda (o primeiro
é o clássico “Superfuzz Bigmuff”, de
1988). Daquele disco, é talvez a menos palatável,
mas não houve problema. Mark Arm gastou um quarto do gogó
no berreiro, e o público reconheceu o esforço, tentando
participar mesmo sem conhecer a banda direito. Outro quarto ele
gastou em “In ´n out of Grace”, uma das mais
representativas da banda tanto pelo som quanto pelas letras, e
o público gostou: muitos pulos, muito griteiro e muita
empolgação. Aos poucos, estavam ganhando a platéia,
trajetória que prosseguiu com as boas performances de “It
is Us”, “I Saw the Light” e “Sweet Young
Thing Ain’t Sweet no More”, todas aprovadas pelo público.
Podemos dizer, com muito boa vontade, que um quinto do público
tinha alguma idéia do que era o Mudhoney, e, destes, talvez
uns 70% já houvesse escutado “Touch me I´m
Sick” uma vez na vida. Pois muito mais gente aceitou a música,
pulando como se os vizinhos de Kurt Cobain estivessem executando
“Smells like teen spirit” (a abertura da música
realmente lembra um pouco o clássico do Nirvana). Foi o
ponto alto do show, e mesmo aqueles que não conhecian a
música pegaram o refrão logo da primeira vez. O
maior hit do Mudhoney, se é que podemos chama-la assim,
incendiou o pogo do pessoal da arquibancada. “Suck you dry”,
outro grande clássico do grunge, não teve a mesma
acolhida: muita gente aproveitou o momento pra descansar e, quem
pôde, sentou. Assim como em 2001, o show terminou com “Hate
the police”, cover do grupo punk The Dicks presente no primeiro
CD do Mudhoney, “Superfuzz Bigmuff”, hardcore muito
agradável para quem incomoda a mãe ouvindo Offspring
no quarto. Foi muito bem recebida, e Mark Arm largou a guitarra
pra encarnar Jello Biafra e fazer do microfone o pescoço
dos reaças do Partido Republicano.
A estratégia de fazer um show como um “Best Of”
só teve um problema: nenhuma música do último
disco da banda, “Since We´ve become Translucent”,
de 2002, foi contemplada, ao contrário do show de 2001,
quando mandaram a então inédita “Inside Job”,
do referido álbum, um energético rockabilly ao melhor
estilo Sonics e MC5 que tem tudo para se tornar outro clássico
da banda. Poderiam, também, fazer como fizeram em São
Paulo, reunindo-se com o pessoal do Pearl Jam para tocar o clássico
“Kick out the jams”, do MC5, e fazer a alegria dos
fãs-de-verdade, gente que escuta a banda e todos os seus
derivados, assemelhados e, no caso, antecessores. Além
do mais, se fizessem o que fizeram em São Paulo, o sucesso
era mais do que certo. Mas tudo bem: durante os 40 minutos que
ficou no palco, o Mudhoney agitou, divertiu, se divertiu e preparou
os ouvidos para a celebração religiosa que Eddie
Vedder e seus amigos estavam por começar. Missão
cumprida.
Celso Augusto Uequed Pitol
fev/2006
Pearl Jam
Quem acompanha as iniciativas do
Pearl Jam para os fãs tinha plena confiança de que
os inúmeros pedidos e movimentos organizados clamando por
um show no Brasil não seriam ignorados pela banda. Era
uma questão de tempo. E a expectativa era alimentada todo
ano com a interminável boataria de prováveis shows
que não se confirmavam. Qual foi a primeira vez que cogitaram
Pearl Jam no Brasil? 1997? Talvez antes até. Mas não
importa, o fato é que a turnê finalmente se tornou
uma certeza a partir do momento em que “Garota de Ipanema”
começou a ser reproduzida no site oficial da banda. Restava
a questão das datas. Uma espera de tanto tempo fazia pensar
que o Pearl Jam, quando viesse, não faria apenas um ou
dois shows, mas sim uma verdadeira turnê pelo país.
E isso foi confirmado quando foram anunciados cinco shows no Brasil,
a começar por Porto Alegre, 28 de novembro de 2005.
O local escolhido não é
dos melhores, o preço dos ingressos era salgado, mas o
público praticamente lotou o Gigantinho, restando apenas
alguns espaços nas cadeiras, além dos ingressos
que fatalmente morrem nas mãos de cambistas. O palco foi
posicionado ao fundo do ginásio, rodeado pelas arquibancadas
pelos lados e cadeiras ao fundo. Na pista certamente havia empurra
próximo à grade, mas de uma posição
mais intermediária foi possível acompanhar o show
com espaço até razoável para se movimentar,
não havia superlotação. A produção
do palco era a mais simples possível, sem telão,
sem projeção de imagens e com uma iluminação
até tímida para um show desse porte. Escondido em
meio às luzes estava um globo de espelhos, meio sem função
específica e pouco efeito prático, apenas para não
quebrar a mística. Assim sendo, seria um show baseado unicamente
na música. Mas quando a banda subiu ao palco, por volta
das 21h15min, aos primeiros acordes da belíssima “Long
Road” ficou evidente que qualquer efeito visual ali era
dispensável. O som, para os padrões do Gigantinho,
estava muito bom, alto, e o vocal de Eddie Vedder soava claro
e limpo, plenamente audível mesmo com todo o barulho da
platéia, que vibrou muito, provando o bom trabalho dos
técnicos de som, mas principalmente mostrando o quão
bom vocalista é Vedder. “Long Road” por sinal,
foi a melhor das escolhas para abrir o set, a letra praticamente
ganhou um novo significado. ‘I have wished for so long,
how I wished for you today’ não poderia fazer mais
sentido naquela noite.

E foi, acima de tudo um show de
rock, após a introspectiva “Long Road” o show
prosseguiu com uma seqüência de peso com “Last
Exit” (uma dentre as tantas gratas surpresas do setlist),
“Animal” e “Do The Evolution”, ganhando
de vez público. Em “Animal”, Eddie repetiu
o célebre gesto da apresentação do VMA’s
de 1993, apontando com os dedos o ‘one, two three, four,
five against one’ da introdução. E foi também
durante “Animal” que Eddie ouviu pela primeira vez
o coro dos porto-alegrenses, deixando que o público cantasse
o refrão em um trecho. O público estava completamente
entregue, celebrando a banda que esperou tantos anos para ver,
enquanto o Pearl Jam soltava seus intermináveis hits com
paixão e entusiasmo, com Eddie Vedder falando num português
difícil de entender entre as músicas. Teve “Jeremy”,
que soou intensa, grandiosa, solene. Teve uma versão longa
de “Even Flow” com Matt Cameron brilhando na batera
e Mike McCready solando olhando para o alto, como se estive hipnotizado.
McCready, por sinal, parecia rejuvenescido, e tocou muito. Talvez
o ponto mais alto do show tenha sido durante “Alive”,
quando no longo solo ao final da música o público,
em êxtase, acompanhava com os punhos para o alto e gritos
de “yeah”, McCready pareceu interagir o que tocava
com os movimentos do público. De arrepiar, mesmo. Vedder
disse após a música, em português, “obrigado
por nos darem uma linda noite para lembrar”.
O festival de hits contou também
com “Better Man” lindamente conduzida somente por
Vedder na guitarra acompanhado pelo público em coro, antes
da entrada dos demais instrumentos. “Rearviewmirror”
não podia faltar, e a performance foi sensacional, de incendiar
o público, arrasa-quarteirão. Em “Given to
Fly” quem brilhou mais novamente foi o aniversariante da
noite, Matt Cameron, que mais tarde foi chamado à frente
por Vedder para que o fosse cantado ‘parabéns pra
você’, em português mesmo. Eles jogaram bolo
uns nos outros, jogaram pedaços para a platéia,
uma festa. Quando a banda tocou “Daughter”, a expectativa
era ver qual a música que seria encaixada depois que as
cortinas se fecham, como diz a letra. Não teve música,
Vedder preferiu brincar de chamada e resposta com o público
desembocando num “hey ho, let’s go” desacelerado.
Mais duas pérolas do repertório ficaram reservadas
apenas para o segundo bis, quando a banda tocou a emocionante
“Elderly Womand Behind the Counter in a Small Town”
e a sensacional “Corduroy”, para muitos a melhor música
deles.
Dentre as músicas mais recentes,
a escolha foi a melhor possível. Rolaram três das
melhores músicas do bom, mas pouco ouvido álbum
Riot Act, “Green Disesase”, “Save You”
e “Cropduster”, além da pulsante e quebrada
“Grievance”, de Binaural. A banda atendeu ainda a
pedidos, tocando “State of Love And Trust”, pedida
em um enorme cartaz nas cadeiras e “I Got ID”, tocada
no primeiro bis, quando Eddie mostrou uma camiseta que haviam
jogado no palco onde estava escrito ‘I got shit’,
o nome não censurado da música. Uma insandecida
“Blood”, onde Vedder não poupou a garganta,
“Habit” e a emocionante “Immortality”
também foram belas surpresas.
Foi um show enérgico, pesado,
e a informação da cobertura do Terra de que o Pearl
Jam chegou direto do aeroporto para o Gigantinho devido a atrasos
no vôo não deixa de ser impressionante. Em nenhum
momento a banda demonstrou o cansaço de ter ficado o dia
inteiro em salas de espera em aeroportos, aparentando estar completamente
entregue a performance. Eddie Vedder, especialmente, parecia relaxado,
aproveitando os longos instrumentais ao final das músicas
para beber vinho direto da garrafa. No final de “Alive”
ele se dirigiu ao lado esquerdo do palco, junto a mesa de som
onde estava sua filha de um ano e meio e ficou ali brincando com
ela, que estava mexendo os bracinhos como se estivesse ouvindo
a música apesar de seus enormes fones de ouvido que a protegiam
da barulheira.
E show do Pearl Jam não
seria completo se não houvesse covers. E veio justamente
de um cover outro dos momentos marcantes do show. O Pearl Jam
tem aproveitado a turnê sul americana para homenagear o
Ramones, a partir do fato de aqui o Ramones teve o reconhecimento
que o público americano negou a banda. Vedder lembrou da
primeira vez que esteve no Brasil acompanhando uma turnê
do Ramones, falou do amigo Johnny Ramone, morto em setembro e
chamou Marky Ramone ao palco para assumir as baquetas em “I
Believe in Miracles”. Marky estava na cidade onde se apresentaria
com uma banda gaúcha num tributo ao Ramones, mas ninguém
jamais imaginava que ele participaria do show do Pearl Jam. Aliás,
nem o próprio Marky. Segundo a reportagem do Terra, ele
esteve no backstage para cumprimentar a banda e foi “convocado”
a participar do show, sem qualquer ensaio.

Além do Ramones, outra banda
querida de Eddie Vedder ganhou cover no show. Foi o The Who de
“Baba O’Riley”, que rolou já no segundo
bis, naquele clima de celebração do rock n’roll.
O público cantou junto, o que não deixou de ser
surpreendente até para a banda. Eddie abriu um sorriso
e deixou que o público cantasse. “Crazy Mary”,
outro cover constante no setlist da banda também foi tocado
em Porto Alegre, ganhando um intenso solo no final, quando Boom
comandou nos teclados.
Aliás, Boom, que fez algumas
participações pontuais principalmente nas baladas,
proporcionou o momento mais controverso do show. Entre as músicas,
o público fazia cantos típicos de futebol para Grêmio
e Inter. Seria totalmente sem sentido, não estivesse Porto
Alegre vivendo um momento de nervos expostos em relação
ao futebol, com o Grêmio conquistando a segunda divisão
de maneira inesperada e o Inter brigando até a última
rodada pelo título brasileiro. No grenal do público,
Boom marcou o gol do Grêmio ao vestir uma camiseta do clube
que foi jogada ao palco. Ganhou aplausos dos gremistas, vaias
dos colorados, e com certeza não entendeu nada.
Sobre o setlist, no geral, não
há margem para qualquer reclamação. Foi extremamente
equilibrado entre confirmadas, zebras e covers. Um exercício
bacana entre as músicas era tentar adivinhar qual seria
a próxima a ser tocada. Em dado momento, Eddie fez uma
frase forte: ‘Esse é um bom momento para estar fora
dos Estados Unidos. Obrigado por nos darem um lugar para ir.’
Seria a deixa perfeita para tocar “Bushleager”, com
seu belo refrão. Não aconteceu, mas era óbvio
que mesmo num show longo muitas músicas boas ficariam de
fora. Era possível fazer um novo show no mesmo Gigantinho
no dia seguinte sem repetir uma única música e o
show estaria no mesmo nível. Até hits não
faltariam, como “Last Kiss”, “I Am Mine”,
“Light Years” ou a indefectível “Black”.
E a lista de músicas excelentes que poderiam ser tocadas
é interminável: “Low Light”, “Go”,
“Dissident”, “Once”, “Tremor Christ”,
“MFC”, “In Hiding”, “Hail Hail”,
“Rocking in the Free World” (...).
Depois de duas horas e meia de
êxtase, o público voltou para casa, provavelmente
com “Yellow Ledbetter”, que encerrou lindamente o
show, ainda ecoando na cabeça. Foi digno da primeira apresentação
do Pearl Jam no Brasil e ninguém que esteve lá vai
esquecer tão cedo. Após o show, dá para dizer
com alguma segurança que hoje em dia o Pearl Jam é
uma banda muito mais forte em palco do que no estúdio.
Por estar relativamente afastado da mídia, a idade de público
do show de Porto Alegre passava tranqüilo dos vinte anos
em média, com menor presença de adolescentes, mais
ligados nos goods charlottes da vida. E menos indies também,
já que o Pearl Jam tem um som classicista demais para quem
é ávido por novidades. E, estando nessa espécie
de limbo restrito aos fãs que viveram a época (ainda
que seja uma legião imensa, diga-se), um show como esse,
que mostrou o vigor que a banda tem ao vivo e havia a plena sensação
de estar assistindo a uma banda no auge apesar dos quase quinze
anos de estrada, é importante para que aconteça
uma renovação no interesse pelo Pearl Jam. De todo
o jeito, mesmo que o próximo álbum em 2006 seja
um clássico, é no palco que as músicas ganharão
intensidade e força, transcendendo o que são em
disco. E com o tamanho entrosamento e a naturalidade com que a
banda tocou em Porto Alegre, nada mais natural do que esperar
um futuro de muitos anos ainda pela frente para o Pearl Jam.
Agora resta ouvir os MP3s do show disponibilizados no dia seguinte
pelo site oficial, para poder ouvir com todas as nuances os detalhes
do som que a acústica do Gigantinho levou embora. Neste
momento está tocando “Animal”, e a sensação
de finalmente ouvir Pearl Jam ao vivo sabendo que estive lá
não é menos que arrepiante.

Setlist:
Long Road, Last Exit, Animal, Do the Evolution, Green Disease,
Jeremy, Grievance, Cropduster, Even Flow, Better Man, State of
Love and Trust, Daughter, Habit, Given to Fly, Immortallity, Save
You, Rearviewmirror, (Encore 1) I Got ID, Crazy Mary, Crazy Mary,
I Believe in Miracles, Alive, (Encore 2) Elderly
Woman Behind the Counter in a Small Town, Corduroy, Blood, Baba
O'Riley, Yellow Ledbetter.