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1967

Depois de dissecar 1997, voltamos a 30 anos antes.. 67 foi um dos anos mais importantes e prolíficos da história do rock (o meu favorito). O verão do amor foi altamente influenciado por fatos como a guerra do vietnã, que fazia com que aparecessem canções altamente politizadas, uma revolta inteligente, ao contrário dos atuais chorões do Nu-Metal. As drogas, principalmentes ácidos (como o LSD, que não era ilegal) proporcionavam viagens lisérgicas que eram uma inspiração a mais para a música. Com certeza foi a época em que o rock mais evoluiu, transformando-se em arte.
Estes foram alguns dos inúmeros bons lançamentos de 1967 na terra da rainha:

  Beatles - 
  Sgt. Pepper's 
  Lonely Hearts Club Band

Impossível não falar desse disco, um dos mais importantes e inventivos já gravados. Aqui os Beatles criam um conceito, levando a frente o trabalho genial já produzido em Revolver. É também o primeiro disco com as letras impressas no encarte, consolidando a nova relevância das letras no rock n´roll. Destaques: "A Day In The Life", "She´s Leaving Home", "Getting Better".

  Beatles - 
  Magical Mystery Tour

Depois do Sgt. Pepper´s, os caras ainda conseguiram lançar outro discaço, com as "sobras" do disco anterior. Sobras? Clássicos como "Penny Lane", "Strawberry Fields Forever", "I Am The Walrus" e "The Fool And The Hill"? Por isso acho que se eles tivessem colocados essa no Sgt. Pepper´s no lugar de coisas como "Good Morning Good Morning" e "Lovely Rita", seria indiscutivelmente o melhor disco da história.

  Pink Floyd - 
  The Piper At The Gates Of Dawn

Outra obra-prima de primeiro escalão. Gravado simultaneamente à Sgt Pepper´s no Abbey Road (reza a lenda que Syd Barrett e John Lennon trocaram comentários sobre o disco do outro) é um dos maiores baluartes do psicodelismo. Nada de viagens progressivas misturadas com música clássica; aqui o buraco é mais embaixo: guitarradas garageiras e letras a beira da loucura surrealista. Destaques: as maravilhosas, clássicas e obrigatórias "Astronomy Dominè" e "Interstellar Overdrive".

  Zombies - 
   Oddisey And Oracle

Uma pérola a ser descoberta pelos amantes da boa música. Aqui é onde a simplicidade e complexidade se encontram de forma estupidamente harmoniosa. Canções com lances jazzísticos e instrumentações inusitadas, mas ainda soando popular e acessível aos ouvidos. Influenciou gente pra cacete, de Stone Temple Pilots a Mutantes (que chuparam descaradamente a linha de baixo de "Time Of The Season" para fazer "Ando Meio Desligado".

  Cream - 
  Disraeli Gears

Se um dia houve o Led Zeppelin é porque houve o Cream. Aqui começou a história de misturar blues e rock pesado. Também né, com uma banda com Jack Bruce (baixo), Ginger Baker (bateria) e Deus Eric Clapton (guitarra) não tinha como dar certo (o primeiro dos lendários power-trios). Pena que a banda acabou cedo, por problemas de ego, cada um queria aparecer mais que o outro. Isso é mais um motivo do sucesso do Led: eram 4 grandes talentos que trabalhavam em harmonia. destaques: "Badge", "Tales Of Brave Ulysses" e o sucesso "Sunshine Of Your Love".

  Rolling Stones - 
  Between The Bottons

Os Stones deixaram o rock n´roll puro e simples para começar a entrar na psicodelia, mesmo que de leve ainda. Há aqui, além da influência beatle, coisas que lembram Bob Dylan e Byrds, mostrando que Jagger e Richards estavam de olho no que estava acontecendo. Note a sequência inicial matadora com "Let´s Spend The Night Together", "Yesterday´s Papers" e "Ruby Tuesday".

  Rolling Stones - 
   Their Satanic Majesties Request


A crítica acusava que "tudo que os Beatles faziam, os Stones imitavam meses depois". Então "Their Satanic..." seria o Sgt. Pepper´s stoniano. Mas é uma baita injustica afirmar isso. O disco é ótimo, e não se baseia tanto no clássico beatle. É até um pouco mais "maluco". Vale conferir as ótimas "Citadel" e "She´s A Rainbow" (com arranjo de cordas do futuro "maestro zeppelin" John Paul Jones).

  The Who - 
  The Who...Sell Out

Um disco diferente do que eles vinham fazendo, abandonando o mod n´roll e experimentando a psicodelia (como todo mundo em 67). Há também de se notar as brincadeiras com jingles e vinhetas de TV. Destaques: "Tatoo", "I Can´t Reach You" e a clássica "I Can See For Miles".

1967 foi realmente um ano bom pra caralho! Além desses lançamentos fodas na Inglaterra, os norte-americanos apresentaram neste ano discos tão fodas quanto. Alguns exemplos: Velvet Underground And Nico (o famigerado disco da banana, do Velvet), The Doors e Strange Days (Doors), Younger Than Yesterday (Byrds), Da Capo e Forever Changes (do Love) e os dois primeiros do Buffalo Springfield.

Convenhamos: só disco FODA!

TEM QUE OUVIR:

Beatles: Strawberry Fields Forever, A Day In The Life, Penny Lane
Pink Floyd: Astronomy Dominé, Interstellar Overdrive
Zombies: A Rose For Emily, Care Of Cell 44
Cream: Sunshine Of Your Love, Tales Of Brave Ulysses, Strange Brew
Rolling Stones: Ruby Tuesday, She´s A Rainbow
The Who: I Can See For Miles

Jonas Lopes, 18, é auxiliar de escritório, aspirante a músico e apaixonado por Rock N'Roll.