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Review: One By One

avaliação:

O Foo Fighters chega a seu quarto disco, "One By One", com uma carreira consolidada e bem estabelecida. Já é daquelas bandas que não precisam mais provar nada para ninguém, e já são citados como veteranos pelas revistas 'jovens'. E em "One By One" o Foo Fighters ataca com o disco mais pesado de sua carreira, sem abandonar a sensibilidade para boas melodias pop que sempre foi uma de suas marcas.

Mas se o Foo Fighters sempre fez um rock energético, de pegada, onde está a diferença então? A diferença está no peso das guitarras. 

Que se revela logo na primeira faixa, o single "All My Life", onde fica evidente que a participação de Dave Grohl no Queens of the Stone Age não foi obra do acaso. A afinidade no som das duas bandas aparece principalmente no som seco e pesado das guitarras, naquela linha econômica da Josh Homme. Mas se a música lembra QotSA, ao menos o refrão é puro Foo Fighters, embora não esteja entre os melhores da banda, garantiu o status de hit para "All My Life".

"Low" é ainda mais pesada, com a bateria destruindo. A melodia é que não causa o mesmo impacto, restando uma impressão de muito barulho por nada. "Have it All" é mais pop, ainda que a pegada da banda nos instrumentos não fique muito longe das duas primeiras faixas. A banda experimenta com uma sonoridade diferente nas guitarras e o resultado surpreende.

"Times Like These" é a primeira música que lembra, no som cristalino das guitarras na introdução, o álbum anterior There Is Nothing Left To Lose. A melodia não é nenhuma "Everlong", mas garante "Times Like These" na briga pela condição de melhor música no disco. "Disenchented Lullaby" surge para acalmar um pouco os ânimos, com um andamento bem mais lento e tranqüilo. Mas isso dura pouco mais de um minuto, quanto o vocal seguro de Dave Grohl e os instrumentos ganham intensidade, naquele esquema já bem tradicional: verso calmo, refrão pesado. 

"Tired of You" é mais uma balada, somente de voz e guitarra. Como estamos falando de Foo Fighters, uma explosão de instrumentos é aguardada a qualquer momento. Mas ela não vem, com as guitarras preenchendo a melodia com detalhes muito bem trabalhados. A excelente "Halo" tem base de violão e guitarra acompanhando uma das mais inspiradas melodias de Dave Grohl no disco. "Lonely As You" inicia como uma balada bem intimista, com Dave cantando bem próximo ao microfone, acompanhado somente pela guitarra. Mas antes que pudéssemos esperar por uma "Walking After You 2", entram baixo e bateria, com a melodia se desenvolvendo aos poucos e se transformando num rock poderoso. Em "Overdrive", o início surpreende com um efeito bem interessante nas guitarras. Logo em seguida a música segue com um arranjo mais convencional, sem surpreender.

"Burn Away" é outra bela canção, lenta, mas sem esquecer as guitarras supersônicas. Para encerrar, "Come Back" é uma variação da mesma fórmula, bem-sucedida, da música anterior, com direito a refrão bombástico. 

Ao final de "One By One", o resultado de um balanço de prós e contras do disco é bem positivo ao Foo Fighters. Se é fato que em "One By One" não há nenhuma música do calibre de "Everlong" ou "Monkeywrech", também é verdade que banda foi capaz de fazer mais um disco coeso e competente. Não decepciona quem sempre considerou o Foo Fighters uma banda relevante no rock americano e não apenas mais uma banda para tocar no rádio.

Alexandre Luzardo