A
história do Foo Fighters está centralizada na figura de Dave
Grohl e começa muito antes da formação da banda, que só foi
acontecer depois da finalização do álbum de estréia.
Dave passou a juventude na cena punk de Washington D.C., em
1984 entrou na sua primeira banda, Freak Babies tocando guitarra.
A segunda, Mission Impossible, em 1985, pode ser considerada
sua primeira banda "séria", onde ele tocava bateria.
O Mission Impossible também não durou muito, e deu origem
ao Dain Bramage (trocadilho infame para Brain Damage). Logo
o Dain Bramage começou a ganhar o respeito na comunidade punk
local, a banda assinou com a gravadora independente Fartblossom
e chegou a lançar um LP. Pouco tempo depois, Dave soube que
o Scream estava precisando de um baterista. O Scream era uma
das mais importantes bandas hardcore da região, tendo se formado
em 1979/80 e já feito turnês por todo o país e na Europa.
Dave conseguiu marcar um ensaio e logo teve que tomar a difícil
decisão de abandonar seus amigos de Dain Bramage para tocar
com seus ídolos. Já com Dave Grohl em sua formação, em 1987,
o Scream lançou seu 4º álbum (No More Censorship) e saiu em
extensiva turnê pelos Estados Unidos e na Europa.
Em 1988, nos intervalos de seu trabalho com o Scream, Dave
começou a compor algumas músicas, com a ajuda de seu amigo
Barrett Jones que tinha um equipamento de gravação em 8 canais,
Dave desenvolveu um método próprio de composição, criando
primeiro as parte de bateria, depois tentando riffs em cima
da bateria já gravada para finalmente acertar as melodias
e dinâmicas com baixo e vocal.
Em 1990, ao final de mais uma turnê em Los Angeles, os integrantes
do Scream estavam exaustos e na iminência de acabar com a
banda, o baixista Skeeter foi o primeiro a tomar a decisão
de sair. Buzz Osbourne, vocalista da banda Melvins, de Seattle,
havia assistido ao show do Scream em San Francisco e falou
que o Nirvana estava precisando de um baterista. Dave telefonou
para Chris Novoselic que disse que o Nirvana já havia preenchido
a vaga com o baterista Dan Peters (do Mudhoney). Inesperadamente,
na mesma noite, Chris telefonou de volta, convidando Dave
para ir à Seattle e dizendo que o Nirvana não iria mais trabalhar
com Dan Peters porque não queriam o fim do Mudhoney.
Dave Grohl então precisou tomar outra difícil decisão, sair
do Scream, para tocar com uns desconhecidos em Seattle. Era
o início de sua história no Nirvana, ainda em 1990 quando
ele aprendeu todas as músicas do Bleach e a banda começou
as gravações de Nevermind, que se estenderam até a metade
de 1991. No pouco tempo livre que tinha, Dave seguia trabalhando
em suas próprias músicas, sempre que viajava para sua casa,
na Virginia (estado vizinho a Washington D.C.) ou em seu tempo
livre em Olympia (cidade próxima a Seattle). Assim que Nevermind
foi concluído, Dave tira alguns dias em Washington D.C. e
grava algumas músicas num estúdio local. A fita foi ouvida
por sua amiga Jenny Toomey que tinha um selo independente
chamado Simple Machines, que o convenceu a lançar esse material.
O cassete foi lançado simplesmente com o nome de Pocketwatch,
com Dave mantendo anonimato (segundo ele, o motivo foi porque
simplesmente tinha vergonha que o ouvissem cantar).
Com o lançamento de Nevermind e da longa turnê de divulgação,
Dave teve muito pouco tempo para trabalhar em suas músicas,
mas, sempre que podia, continuava trabalhando junto com Barret
Jones que se mudou para Seattle e tinha o seu estúdio caseiro
sempre a disposição. Uma dessas músicas, "Marigold",
chegou a ser usada como um b-side do Nirvana.
Após a morte de Kurt Cobain, em abril de 1994, Dave ficou
completamente desorientado e sem saber o que fazer. Segundo
ele, o que o "salvou" foi um cartão recebido pela
banda 7 Year Bitch, também de Seattle, que, assim como o Nirvana,
havia perdido um integrante recentemente. O cartão dizia "Nós
sabemos o que você está passando. A vontade de tocar se foi
por agora mas ela vai voltar. Não se preocupe."
Já em 1995, um revigorado Dave resolveu gravar seu material
em um estúdio profissional. Alugou um estúdio em Seattle e
regravou suas músicas, novamente com Barrett Jones que era
a única pessoa que entendia seus métodos de gravação e composição,
e com quem Dave se sentia a vontade para cantar. As gravações
duraram apenas uma semana e acabariam por dar origem ao primeiro
álbum do Foo Fighters ainda naquele ano. Dave tocou, praticamente
ao vivo (em uma só tomada), todos os instrumentos com exceção
de uma guitarra de X-Static, onde contou com a participação
de Greg Dulli do Afghan Whigs.
A intenção de Dave não era de seguir uma carreira solo e sim
de montar uma outra banda. Na mesma época, a banda Sunny Day
Real Estate, também de Seattle (que já era bem conhecida na
cidade e tinha um álbum lançado pela SubPop) acabava de se
desintegrar. Dave convida dois ex-integrantes do Sunny Day
para formar o Foo Fighters, o baterista William Goldsmith
e o baixista Nate Mendel. Ainda faltava um segundo guitarrista,
então Dave chamou seu ex-colega de Nirvana, Pat Smear que
havia tocado na turnê de In Utero. O nome Foo Fighters vem
dos tempos da segunda guerra mundial quando radares americanos
localizaram pontos brilhantes no espaço aéreo francês.
Com o material todo pronto, foi muito fácil para o Foo Fighters
lançar seu primeiro álbum, "Foo Fighters" com lançamento
em julho de 1995. A banda assinou contrato com a gravadora
Capitol e o disco foi lançado em conjunto com o selo Roswell,
de propriedade da banda. Seguiram-se uma turnê por pequenos
clubes para "esquentar a banda" e finalmente uma
grande turnê pelos Estados Unidos, Europa e Ásia até a metade
de 1996. O álbum se saiu muito bem, vendendo mais de 1 milhão
e meio de cópias e conquistando o prêmio de video do ano da
MTV para o clip de 'Big Me'.
A turnê terminou em julho e Dave tirou apenas uma semana de
férias antes de compor toda a trilha do filme "Touch"
de Paul Schrader, onde novamente ele tocou todos os instrumentos
com exceção de algumas participações especiais. No início
de outubro a banda já estava reunida novamente para iniciar
a pré-produção do segundo disco, no estúdio de 24 canais de
Barrett Jones.
Desta vez, o Foo Fighters era uma verdadeira banda no estúdio,
com cada um dos integrantes tendo igual importância na composição
e arranjos. Em quatro semanas eles compuseram 13 músicas e
Dave escreveu todas as letras.

Após a pré-produção, iniciaram
as gravações do segundo álbum. A banda chamou o produtor Gil
Norton, que já havia trabalhado com os Pixies e a intenção
era ter um som um pouco mais trabalhado que não soasse como
uma banda de garagem. Dave explica que queria um som bem produzido
mas não uma super produção como um Guns'n' Roses. Gil Norton
utilizou métodos ultra-perfeccionistas e a banda foi obrigada
e repetir 20, 30 vezes o mesmo trecho. Com isso a gravação
acabou demorando vários meses. Nesse meio tempo, William Goldsmith
anuncia sua saída da banda. Dave acaba fazendo praticamente
todas as partes de bateria do álbum.
O álbum The Colour & The Shape foi lançado em maio de
1997, a banda imediatamente recrutou um novo baterista , Taylor
Hawkins, que estava tocando na turnê de Alanis Morrisette
há 18 meses. The Colour & The Shape também fez bastante
sucesso, com três hits, Monkeywrench (cujo videoclip foi dirigido
pelo próprio Dave Grohl), Everlong e My Hero.
Durante o MTV Video Music Awards de 1997, o guitarrista Pat
Smear anuncia sua saída da banda. Seu substituto é Franz Stahl,
que tocou junto com Dave no Scream. A banda finaliza a turnê
de Colour & The Shape no início de 1999 e grava a música
"A320" para a trilha sonora do filme Godzilla .
Em seguida foi lançada uma versão remix de "Walking After
You" produzida por Jarry Harrison na trilha sonora de
Arquivo X.
Na metade de 1999 duas importantes notícias; Franz Stahl anuncia
sua saída e a banda rompe seu contrato com a Capitol. Logo
em seguida iniciam-se as gravações do terceiro álbum na casa
de Dave no Estado da Virginia, a produção é da própria banda,
com supervisão do produtor/engenheiro Adam Kasper (que produziu
entre outros álbums, Down On The Upside do Soundgarden). O
clima das gravações foi de total tranquilidade, sem pressões
de gravadoras, nem prazo de lançamento. Após o fim das gravações,
a banda assina com a gravadora RCA e o álbum There Is Nothing
Left To Lose é lançado em novembro de 1999 e recebe boas críticas
e boa vendagem. Na turnê de divulgação
de There Is Nothing Left To Lose, o guitarrista Chris Shiflett,
ex-No Use For A Name, passa a fazer parte do Foo Fighters.
Em 2001, o grupo passa pelo
Brasil pela primeira vez, tocando no Rock in Rio III.
Em 2002, Dave Ghrol participa
das gravações do terceiro disco do Queens of
the Stone Age, como baterista. Participa de alguns shows ao
lado da banda de Josh Homme e Nick Oliveri, e depois entra
em estúdio para gravar o quarto do Foo Fighters. One
By One sai no fim do ano, e embalado pelo sucesso do single
All My Life, o disco é bem recebido por crítica
e público. É um trabalho mais pesado e direto
do que o álbum anterior, e nota-se bastante o quanto
estar com o QotSA fez bem a Dave Ghrol.
2004 marca principalmente a
volta do Foo Fighters aos estúdios, para a gravação
de um novo álbum. Desde o início as notícias
são que a banda pretende gravar seu disco definitivo,
o White Album do Foo Fighters, de acordo com Dave Ghrol. Com
a produção de Nick Raskulinee e participações
de Norah Jones e Josh Homme, In Your Honour é lançado
em junho de 2005, com boa recepção por parte
dos fãs, e críticas mornas na mídia.
É um álbum duplo, sendo que o segundo disco
conta somente com canções acústicas.
Alexandre Luzardo
atualizado em julho/2005 por Fabrício
Boppré
|