Interpol é
a temida polícia internacional. Isso significa então
que esta banda de Nova Iorque faz músicas sobre o programa
de tolerância zero, terrorismo e coloca sirenes de carro
em suas músicas? Não, não há nada
disso. Primeiro, o nome Interpol é apenas um "apelido"
do vocalista Paul Banks. Paul, que nasceu na Inglaterra, levou
uma vida nômade mundo afora junto com os seus pais.
Quando morou na Espanha, os seus amigos o chamavam "Pol,
Pol, Interpol". Segundo, o universo das músicas
do Interpol é bem mais abrangente - liricamente e melodicamente
- do que costumazes canções políticas.
O embrião do Interpol nasceu quando Daniel Kessler
e um colega chamado Greg resolveram se juntar para tocar
algumas músicas, com Daniel na guitarra e Greg na
bateria. Logo em seguida, Daniel conheceu o baixista e tecladista
Carlos "D" Dengler, e este entrou no grupo também.
Para finalizar, Daniel convidou Paul, que ele havia conhecido
em um temporada em Paris, para se juntar ao grupo. Uma única
visita de Paul ao estúdio onde Daniel, Greg e Carlos
tocavam foi suficiente para que ele se interessasse e integrasse
a banda. Nascia assim o Interpol, em 1998.
A banda passou algum tempo dando duro, tocando em estúdios
de última categoria, ensaiando e desenvolvendo pouco
a pouco seu som. Em 2000, Greg deixou o grupo motivado por
razões pessoais, dando lugar a Samuel Fogarino. Daniel
conhecia Sam de uma loja de discos. No final desse mesmo
ano, os primeiros lançamentos da banda: através
do selo escocês Chemikal Underground, o Interpol lançou
um EP que fazia parte de uma série chamada FukdID,
e logo depois participou de uma coletânea chamada
"Clooney Tunes", organizada pelo selo Fierce Panda.
No ano seguinte,
a banda já tinha atingido um certo grau de
reconhecimento, o que lhes permitiu serem escalados
como banda de abertura de gente como Trail of Dead,
Delgados e Arab Strap. O ano de 2001 continuou bom
para a ascenção do grupo, quando participaram
das famosas John Peel Sessions e passaram a ter alta
rotatividade nas rádios e palcos europeus. |

Sempre que se fala em Paul
Banks,
é lugar-comum
mencionar Ian Curtis.
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Em novembro de 2001, ao lado dos produtores Peter Katis
e Gareth Jones, a banda entrou no estúdio Tarquin
(um antigo manicômio infantil), em Connecticut, EUA,
para começar a gravar aquilo que seria um dos mais
antológicos disco de estréia dos últimos
tempos.
"Turn on the Bright Lights", o debut do Interpol,
saiu em agosto do ano seguinte e conquistou de maneira quase
unânime a crítica e o público ao redor
do mundo. Apesar das freqüentes comparações
com Joy Division e o post-punk britânico em geral,
a banda trabalha sua atmosfera sombria e sonoridade densa
de maneira original e bem apoiada na competência técnica
de seus membros. O Interpol já se destacou o suficiente
para ser apreciado e respeitado pela sua música,
e não somente como uma das queridinhas da mídia
atual, cuja voracidade para criar hypes voláteis
parece estar em seu ápice. O presente do Interpol
é brilhante e seu futuro, altamente promissor.
Após muitos shows e o reconhecimento, chegou a hora
da importante prova do segundo disco. "Antics"
é lançado em 2004, novamente bem recebido
por crítica e público, mas sem o entusiasmo
do debut de dois anos atrás. O que é natural,
até porque a banda soube não cair na armadilha
de não lançar um "Turn on the Bright
Lights vol. 2". Com "Antics", o Interpol
garante sua reputação de uma das mais competentes
bandas atuais e sugere uma carreira de muitos bons discos
ainda por vir.