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A Banda:
Stone Roses
Formação: Manchester, Inglaterra em 1985;
Terminou em outubro de 1996

Ian Brown: vocal
John Squire: guitarra
Mani (Gary Mounfield): baixo
Reni (Alan Wren): bateria

outros integrantes:
Andy Couzens: guitarra (1985-1987)
Pete Garner: baixo (1985-1987)
Robbie Maddix: bateria (1995-1996)

Biografia:

Em 2004, o jornal The Observer elegeu "Stone Roses" o melhor álbum inglês de todos os tempo. Nada de Beatles, Rolling Stones, Radiohead, Oasis, Sex Pistols - para muitos, a melhor banda nascida na terra da rainha foi o Stone Roses. Isto não chega a ser muito surpreendente se lembrarmos que, um ano antes, o semanário NME já havia considerado este mesmo disco o melhor de todos os tempos.

O Stone Roses apareceu na metade da prolífica década de 80 de Manchester. O Joy Division não existia mais, depois do suicídio de Ian Curtis, mas New Order, Smiths, The Fall, e a Hacienda (casa de shows de Tony Wilson) haviam segurado o bastão e a atenção do mundo continuava voltada à cidade inglesa, que era vista como o grande centro musical na época. O que veio depois, capitaneado pelo Happy Mondays e pelo Stone Roses, ficou conhecido como Madchester e, para muitos, marcou o início da cultura rave. Enquanto o Happy Mondays foi esquecido e a cultura rave é um legado bastante questionável, o Stone Roses resistiu e hoje é considerado nome fundamental da história do rock 'n' roll, tendo extrapolado os limites da Madchester do fim dos anos 80.

O Stone Roses nasceu das cinzas do English Rose, banda formada pelos colegas de escola John Squire (guitarrista) e Ian Brown (vocalista). Em 1985, a formação do grupo tinha também o baterista Alan John Wren (conhecido como Reni), o guitarrista Andy Couzens e o baixista Pete Garner. Essa formação passou um bom tempo fazendo shows pelo circuito underground de Manchester, adquirindo cada vez mais admiradores. No começo, soavam mais agressivos, com influência de punk rock (Buzzcocks, Sex Pistols) misturada à do guitar pop dos anos 60 (Byrds, Beach Boys). Apesar da base de fãs que ia se formando, pelo menos um detrator conhecido eles tinham: justamente Tony Wilson.

Em 1987, duas baixas: Couzens e Garner deixaram a banda. Este último foi substituído por Gary "Mani" Mounfield, e a banda decidiu ficar com um guitarrista somente. A essa altura, todos já levavam o grupo a sério, especialmente após a contratação de Gareth Evans para ser o empresário da banda. 1987 é também o ano dos primeiros lançamentos: os singles "So Young" e "Sally Cinnamon", lançados pela Thin Line Records.

No ano seguinte, o Stone Roses assinou com a recém-criada Silvertone Records e lançou mais um single, chamado "Elephant Stone". A reputação do grupo já estava bem estabelecida e shows lotados em Londres eram rotina. Para consolidar de vez, saiu o primeiro LP da banda, auto-intitulado, imediatamente incensado por público e crítica. Os singles do disco "Stone Roses" estavam em todas as paradas e o Reino Unido todo se rendia à banda.

Em 1990, após o relançamento dos primeiros singles, de quando a banda ainda estava restrita ao circuito de Manchester, chegou às rádios o single "One Love", teoricamente, o aperitivo inicial de um segundo disco que viria logo a seguir. Não foi bem o que aconteceu. Depois de organizar um festival em Spike Island (na verdade, uma península, próxima a cidade de Widnes), presenciado por 28.000 pessoas, o Stone Roses se envolveu em uma pendenga com a Silvertone Records que praticamente lhe custou a carreira. O grupo queria se desvencilhar da Silverstone, mas, com o contrato em mãos (cheio de cláusulas ielgais, inocentemente assinado pelo grupo), o selo conseguiu com que o Stone Roses fosse proibido de lançar novo material. A discussão seguiu por dois anos, até que em maio de 1991 a corte decidiu que a banda poderia assinar com a Geffen Records e voltar a lançar seus discos.

Mas o esperado segundo disco demorou para sair. Durante alguns anos os membros da banda pareciam mais interessados em futebol e suas esparsas sessões de gravações não resultavam em nada muito objetivo, com produtores indo e vindo, insatisfeitos com a falta de compromisso do grupo. Nesse intervalo, em 1992, a Silverstone lançou "Turns Into Stone", uma compilação de singles e faixas tiradas do primeiro disco, e Gareth Evans decidiu não trabalhar mais com os Roses, iniciando logo depois uma nova batalha jurídica contra o grupo. Philip Hall assumiu seu lugar, mas faleceu logo depois, vítima de câncer. Eles tentaram ainda contratar Peter Leake, mas aparentemente ninguém mais se interessava em trabalhar com o grupo, cuja carreira parece condenada. Somente em 1995 a banda teria novo empresário, Doug Goldstein, ex-Guns 'n' Roses.

Antes disso, em 1994, a Geffen deu um ultimato ao grupo, o que os fez finalmente finalizar seu trabalho. O primeiro single, "Love Spreads", foi lançado em novembro, e o novo disco, "Second Come", em dezembro. As críticas foram bastante variadas e o público pareceu ter diminuído seu interesse em relação ao Stone Roses. A alta expectativa gerada pelo período de inatividade e confusões claramente prejudicou "Second Come", que é na verdade um belo disco. Apesar de hoje o álbum ser respeitado (e até considerado por alguns como superior ao seu antecessor), na época, muitas fãs estavam insatisfeitos com o Roses.

Em janeiro do ano seguinte, o grupo começou a planejar sua primeira turnê pelos Estados Unidos, da qual desistiu na última hora. No mês seguinte, iniciaram os preparativos para uma turnê em seu país natal (após 5 anos de distância), que também acabou sendo abortada em função de uma pneumonia em John Squire, deixando muitos fãs decepcionados. Em abril, Reni deixou o grupo, sendo substituído por Robbie Maddix. O motivo de sua saída nunca foi bem esclarecido. Robbie, ex-Rebel MC, teve somente 10 dias para ensaiar com seus novos companheiros antes do início de uma nova turnê, que começaria em alguns países europeus, passaria finalmente pelos EUA e depois voltaria à Europa. Nova falta de sorte do grupo: após o último show nos EUA, que aconteceu em São Francisco, John Squire sofreu um acidente de bicicleta, o que forçou a banda a cancelar seu próximo (e o mais importante de todos) compromisso, que seria na 25ª edição do Glastonbury Festival, justamente na Inglaterra (onde a banda só conseguiria voltar a tocar em novembro).

Em fevereiro de 1996, foi lançado "Garage Flower", nova coletânea caça-níqueis de demos e b-sides. Em março, John Squire deixou o grupo para iniciar uma nova empreitada, mas os Roses restantes insistiram em sua sobrevivência, contratando o guitarrista Aziz Ibrahim (ex-Asia e Simply Red) para o lugar de Squire. Em outubro, depois de uma participação desastrosa no Reading Music Festival, Mani também deixou o grupo (para se juntar ao Primal Scream) e então o Stone Roses finalizou oficalmente as suas atividades.

Em 1997, Squire lançou o primeiro disco de seu novo grupo, o Seahorses, e logo depois embarcou em uma carreira solo, tendo lançado já dois discos solo: "Time Changes Everything", de 2002, e "Marshall's House", de 2004. Ian Brown também iniciou uma carreira solo, já tendo lançado quatro discos - o último deles, "Solarized", de 2005, recebeu ótimas críticas.

Em 2004, em um show em Manchester, Ian Brown e Mani se juntaram no palco e tocaram clássicos de sua antiga banda. Boatos de uma reunião começaram a se espalhar, ganhando mais força depois que John Squire disse em uma entrevista que não considerava impensável isto acontecer. No ano seguinte, cogitava-se que o Stone Roses poderia ser a atração principal do Glastonbury Festival, o que acabou não se concretizando. 2006 poderá ser o ano da volta daquela que é, para muitos, a melhor banda inglesa de todos os tempos.

Fabricio Boppré
janeiro/2006

Discografia:
Disco Ano
Stone Roses 1989 (Silvertone)
Second Coming
1994 (Geffen)
Coletâneas Ano
Singles Collection Box Set
1992 (Silvertone)
Turns Into Stone
1992 (Silvertone)
The Complete Stone Roses
1995 (Silvertone)
The Stone Roses 10th
1999 (Silvertone)
Garage Flower
1996 (Garage Flower Records)
The Remixes 2000 (Silvertone)
The Very Best Of The Stone Roses 2002 (Silvertone)