Quem?
O Superchunk é uma das raras bandas que duram mais
de uma década sem deixar seu som envelhecer ou perder
o sentido, sempre
amadurecendo. Os discos mais recentes trazem inovações
sonoras, experiências bem sucedidas com ritmos e arranjos
sem, no entanto, perder os traços que dão personalidade
à obra. Seu som energético e prolífico,
com nada menos que 11 discos lançados (incluindo coletâneas
de singles e b-sides) influenciou - direta ou indiretamente
- uma grande parcela das bandas de powerpop dos anos 90 e
00, sem ao menos chegar ao mainstream.
Os primeiros passos
Quando surgiu em 1989 em Chapel Hill, North Carolina, a banda
era formada por Mac McCaughan (guitarra e vocais), Laura Ballance
(baixo), Chuck Garrison (bateria) e Jack McCook (guitarra).
No início, McCaughan e Ballance eram namorados. Criaram
o selo Merge Records, cujo primeiro lançamento foi
uma compilação em cassete da banda Bricks, de
North Carolina. Esta era uma das muitas bandas (como Wax,
Slushpuppies, etc) a que McCaughan pertenceu antes do Superchunk.
No mesmo ano, lançam o single "What Do I"/"Train
From Kansas City", ainda se autodenominando "Chunk".
Foram então obrigados a rebatizar a banda, já
que existia uma homônima em Nova Iorque. Tornaram-se
então Superchunk, lançando em 1990 o primeiro
disco, auto-intitulado, pela Matador. Dele saiu o single que
os estabeleceu no meio underground: "Slack Motherfucker".
McCook saiu de cena após
o primeiro disco, alegando fadiga causada pela turnê
e seguindo carreira como árbitro de softball. Foi substituido
pelo guitarrista James Wilbur, de Connecticut.
Em 1991, foi gravado em Chicago
"No Pocky for Kitty", com produção
do até então desconhecido Steve Albini (Pixies,
Nirvana, Guided by Voices). A divulgação do
álbum contou com uma turnê ao lado de outro ícone
alternativo, o Mudhoney. Chuck se retirou da banda pouco antes
do lançamento e foi substituido por Jon Wurster - um
limpador de janelas - formando assim a composição
atual da banda. "Tossing Seeds", uma coletânea
de singles, foi lançado em 1992 pela Merge, trazendo
a cultuada canção "Cool". Em 1993,
"On the Mouth" foi o último disco da banda
a sair pela Matador Records, devido à decisão
da banda em seguir pela sua própria gravadora, a Merge.
O Ponto de Evolução
O primeiro lançamento deste retorno ao velho selo próprio
é "Foolish", de 1994, produzido por Brian
Paulson. O disco registra um ponto no qual a banda evoluiu
drasticamente, renovando seu estilo, o que resultou em um
sucesso de crítica. Em 1995 sai uma segunda coletânea
de singles denominada "Incidental Music", repleta
de raridades (imports, lados b, músicas de compilações)
com um inusitado cover de "100,000 Fireflies", do
Magnetic Fields.
No mesmo ano, "Here's
where the Strings come in" foi gravado no Fort Apache
Studios, em Boston, gerando uma turnê extensa que passou
inclusive pelo Brasil e um hit, com o single "Hyper Enough".

Superchunk ao vivo
Após um período
de hiato e outra turnê, o grupo lançou um EP
chamado "The Laughter Guns". Logo iniciaram a escrever
seu próximo LP, "Indoor Living", que seria
lançado em 1997. Gravado nos estudios Echo Park, em
Bloomington (Indiana) o Superchunk produziu o álbum
junto com John Plymale. O CD expandiu a sonoridade adicionando
instrumentos como piano, vibrafones e mais. O disco foi o
mais ousado e, ao mesmo tempo, o mais acessível da
banda até hoje.
10 Anos e Ainda Mudando
Em 1999, durante o aniversário de 10 anos da banda,
foi lançado "Come Pick Me Up". Gravado no
Electrical Audio Studios, a produção ficou por
conta do pioneiro do pop abstrato Jim O'Rourke (atual membro
do Sonic Youth, ex-Gastr Del Sol, produtor de Stereolab, Sam
Prekop, Brainiac, entre outros). Seguindo as inovações
do último álbum, "Come Pick Me Up"
traz arranjos de metais e cordas em algumas faixas, criados
com a grande experiência de O'Rourke. É considerado
por muitos o álbum mais maduro do Superchunk.
O álbum mais recente,
"Here's to Shutting Up", foi o segundo da banda
produzido por Brian Paulson. O trabalho foi iniciado no ano
de 1999 em Atlanta, Georgia, no estúdio "Zero
Return". Os toques finais foram dados no estúdio
de Paulson, o "Uwharrie Ridge Studios" em Chatham
County, North Carolina - ao lado da cidade natal do grupo,
Chapel Hill.
Em 2003 foi lançada
uma terceira coletânea, "Cup of Sand", desta
vez contendo dois CDs de singles e demos.
Uma Fonte de Novos
Talentos
O selo Merge cresceu consideravelmente desde sua criação,
tornando-se lar de bandas independentes como Lambchop, Polvo
e Karl Hendricks Trio. Até o Trail of Dead chegou a
lançar seu disco "Madonna" pela Merge Records.
Além do Superchunk, Mac McCaughan possui seu projeto
paralelo, o Portastatic, cujo LP "I hope Your Heart is
not Brittle" foi o primeiro a ser lançado nesta
nova fase da Merge.
Nando Rossi
fev/2004 |