O
Travis poderia ser conhecido apenas como a banda dos garotos
da escola de arte de Glasgow que resolveram fazer música para
expressar seus sentimentos. Seria apenas isso, se eles não
tivessem competência para fazer boas músicas, com um jeitinho
pop. A formula é velha conhecida daqueles que acompanham um
pouco do britpop: um rock de levada mais acústica, aliado
a letras que podem ir do romântico ao melancólico, passando,
é claro, pelo tema "álcool + garotas". E também com
influências quase que comuns a todas as bandas do britpop
dos anos 90: Beatles, unida a pitadas de blues.
A banda foi formada em 1991,
com o nome de Glass Onion e com três dos atuais quatro integrantes:
Fran Healy (vocais), Neil Primrose (bateria) e Andy Dunlop
(guitarra). Em 1994 veio a mudanca do nome para Travis, tirado
de um personagem do filme "Paris, Texas". E em 1996 integrou
a banda como baixista Dougie Payne, um antigo amigo de Healy
da escola de arte, que nunca tinha tocado o instrumento antes.
Foi com essa formação que eles gravam "Good Feeling", álbum
lançado pela Independiente, em 1996. Já com esse álbum a banda
chamou atenção, tendo boas canções como Happy (depois que
você ouve, o refrão não sai da sua cabeça), Good Feeling e
All I Want to Do Is Rock, além de algumas das tradicionais
baladas da banda, como More Than Us. "Good Feeling"
ainda rendeu uma declaração pública de Noel Gallagher, dizendo-se
um fã do quarteto.
No entanto, foi com "The Man Who" que os rapazes de Glasgow
conseguiram alcançar o topo das paradas britânicas, especialmente
com a canção Why does it always rains on me. Assim como em
"Good Feeling", as canções são românticas e melancólicas,
com guitarras um pouco mais suaves que no disco anterior,
mas igualmente sentimentais e belas, com um forte apelo pop.
A guitarra base, na maioria das vezes, é substituída por um
violão, o que deixa as músicas ainda mais melancólicas. Esse
álbum saiu em 1999, com produção de Nigel Godrich (Radiohead)
e Mike Hedges (Maniac Street Preachers) e contou com uma pequena
polêmica: a de que a sua primeira faixa, Writing to Reach
You, seria um plágio de Wonderwall, do Oasis. A introdução
é, de fato bem semelhante. Quando questionado sobre isso,
Healy simplesmente disse "só são acordes".
O terceiro álbum do Travis foi "The Invisible Band", de 2001,
também com a produção de Godrich. Este disco confirmou que
a banda continuava recheada de romantismo e com o mesmo brilhantismo
para fazer melodias leves e penetrantes. O primeiro single
de trabalho foi "Sing", uma música bem suave e com
um bandolim. A letra foi dedicada à namorada de Healy, pois,
segundo ele, ela tinha vergonha de cantar as musicas do Travis
que tocavam no rádio. Outros singles lançados foram
"Side" e "Flowers in the Window".
Os quatro integrantes de Travis demonstram uma energia muito
boa em seus shows, não são apenas uma banda de estúdio. A
interpretação das canções no palco soa melhor que nos álbuns,
com Healy bem inspirado para cantar suas canções de amor e
seus dramas de adolescente.
Em 2001, é lançado
no Reino Unido o DVD "More Than Us", que contém
uma apresentação da banda em Glasgow. O trabalho
é lançado no resto do mundo no ano seguinte.
Em outubro de 2003 sai o quarto disco do Travis, intitulado
"12 Memories". O álbum é recebido
de maneira morna pela crítica. Trata-se de um álbum
menos acessível do que "The Invisible Band",
sem os hits instantâneos que seu anterior trazia.
Os singles de "12 Memories" foram "Re-offender"
e "The Beautiful Occupation".
Em 2004, acontece o lançamento
de mais um DVD: "At the Palace", que mostra a banda
se apresentando no Alexandra Palace, em Londres.
Majia Akiba
atualizado em maio/2004 por Fabrício
Boppré e Natalia Vale Asari
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