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Numa época em que o
rock alternativo via-se inundado por centenas de discos
barulhentos vindos de bandas de garagem de Seattle,
o Alice In Chains lançou o álbum Facelift. Assim como
seus conterrâneos, a banda trazia sim o som característico
de Seattle - guitarras distorcidas e sujas, vocais deprimidos
e guturais, letras pessimistas -, só que com muito mais
ousadia e personalidade que o resto da safra. |
Em doze faixas (quase uma hora de música),
o Alice In Chains passa do massacre sonoro de músicas como
"Man In The Box", "It Ain't Like That"
e a impressionante "We Die Young" para baladas arrepiantes
como "Bleed The Freak", "Can't Remember"
e "Love Hate Love". Existem também os tons intermediários
das faixas "I Know Somethin" e "Put You Down",
que impedem a qualquer crítico em sã consciência de rotular
o som do grupo. Facelift traz, ainda em estado bruto, os elementos
que a banda viria a lapidar em seus discos subsequentes: vocais
trabalhados, letras que falam dos aspectos soturnos da vida,
guitarras que mudam do peso para a sutileza em questão de
segundos. Muita gente usou esses mesmos ingredientes para
construir seu som, mas poucos conseguiram o mesmo resultado.
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