O Alice in
Chains se sobressaiu como uma das principais bandas na prolífica
primeira metade da década de 90 em Seattle. A banda
foi formada em 1987, quando Layne Staley (vocalista) conheceu
Jerry Cantrell (guitarrista) no Music Bank, em Seattle. Antes
disso, Staley já tocava com alguns amigos em uma banda chamada
Alice N Chains, mas a partir de seu encontro com Cantrell
a banda passa a se chamar Alice In Chains e o negócio começa
a ficar mais sério. Jerry traz para a banda o baixista Mike
Starr e o baterista Sean Kinney, e a banda começa a tocar
nos clubes e bares de Seattle.
Em 1989, a banda assina com
a Columbia Records. Em junho do ano seguinte, lançam o EP
"We Die Young" (que hoje é muito difícil de achar).
O som da banda logo se caracteriza como um "hard-metal"
de primeira, com pitadas de Black Sabbath e Metallica. Layne
mostra-se um letrista melancólico e sentimental. Ainda em
1990, no verão, a banda lança o álbum "Facelift"
e começa a fazer turnês ao lado de nomes como Megadeth, Iggy
Pop e Van Halen. O disco começa a fazer sucesso (ganharia
disco de ouro mas tarde) e a banda começa a ganhar prestígio.
Em maio de 1991, a banda participa do Clash of Titans, com
Slayer, Megadeth e Anthrax.
Em novembro de 1991, o AiC
grava mais um EP, chamado de "SAP", que é quase
todo acústico e possui as participações de Chris Cornell (Soundgarden)
e Mark Arm (Mudhoney). Reza a lenda que o título do disco
veio de um sonho do baterista Sean Kinney. Nesse período,
o grunge começava a virar sensação, com bandas como Soundgarden,
Nirvana e Pearl Jam estourando nas rádios do mundo inteiro.
Em abril de 1992, a banda começa
a gravar seu novo disco, com Dave Jerden na produção, e em
setembro desse ano "Dirt" é lançado. A banda excursiona
com Ozzy Osbourne por 3 meses e toca no Hollywood Rock, no
Rio de Janeiro, em janeiro de 1993. Depois dessa passagem
pelo Brasil, Mike Starr resolve deixar a banda pois não agüenta
mais fazer turnês, sendo substituído por Mike Inez, que era
baixista de Ozzy. Ainda em 1993, a banda toca com o Screaming
Trees na Europa e participa do Lollapalooza, que tinha o Primus
com atração principal. No disco "Dirt", as letras
de Staley estão bastante depressivas, com temas como morte
e drogas. Esse disco ganha três discos de platina.
Em setembro de 1993, a banda
grava mais um mini-disco, chamado "Jar of Flies",
produzido por Toby Wright e lançado no começo de 1994. É o
primeiro EP da história a chegar no topo da parada da revista
Billboard.
Depois de algum tempo fora
de cena, Staley aparece em um projeto paralelo com Mike McCready
(Pearl Jam), Barret Martin (Screaming Trees) e Baker Saunders
(Lamont Cranston). Sob o nome de Mad Season, eles gravam um
disco chamado "Above", lançado em março de 1995.
Em abril de 1995, o Alice In
Chains entra no estúdio Bad Animals, em Seattle, para a gravação
de um novo disco, novamente com a produção de Toby Wright.
O resultado é lançado em novembro de 1995, e o álbum possui
como título simplesmente o nome da banda (apesar de alguns
chamarem de "Tripod"). No Japão, a capa do disco
é censurada, pois possui um cachorro com apenas três pernas.
Eles decidem não fazer turnê para divulgar o disco o que faz
aparecerem boatos de que a banda estaria se separando.
Mas em maio de 1996 o Alice
In Chains se reúne novamente para a gravação de um show acústico
especial para a MTV (que seria lançado em vídeo e álbum no
verão desse mesmo ano, novamente com a produção de Toby Wright),
e logo depois voltam aos palcos para serem a banda de abertura
do início da turnê da volta do Kiss, a Kiss Alive 96/97 World
Tour.
Após isso os membros
do Alice In Chains ficam envolvidos em outros projetos, principalmente
Jerry Cantrell, que lança "Boggy Depot" (álbum
solo com participações de Norword Fisher do
Fishbone, Rex Brown do Pantera, Les Craypool do Primus, e
Mike Inez e Sean Kinney do próprio Alice In Chains),
participa de um álbum de Glenn Danzig (ex-Misfits),
participa também da trilha sonora do filme The Cable
Guy e faz shows de abertura para o Metallica. Layne, por sua
vez, contribui na trilha sonora do filme The Faculty (gravando
uma nova versão para "Another Brick In the Wall
part II", do Pink Floyd, ao lado de Tom Morello, Steve
Perkins e Martyn Lenoble).
Em 29 de junho de 1999 é lançada
uma coletânea da banda, chamada "Nothing Safe: The Best
of the Box", com os principais sucessos da carreira do
Alice In Chains, e mais uma música inédita. Esse lançamento
serviu de aperitivo para o que viria a seguir: o box set Music
Bank, lançado ainda em 1999, contendo raridades, gravações
ao vivo e demos que a banda guardou ao longo de seus mais
de 10 anos de carreira.
2000 foi mais um ano com poucas novidades na carreira do Alice
in Chains. No fim do ano, foi lançada uma nova coletânea,
desta vez composta por gravações ao vivo de três das turnês
da banda, chamada simplesmente Live. O show mais recente a
aparecer no disco é de 1996, quando o AIC abriu shows da turnê
do Kiss.
No ano seguinte, mais uma coletânea, desta vez chamada de
Best Of Alice In Chains. Essa nova coletânea é uma espécie
de re-edição de Nothing Safe, lançada dois anos antes, e não
traz nada de novo. O futuro segue incerto e a banda permanece
com o status de "inativa", apesar de oficialmente
ainda existir. Os problemas de Layne Staley com as drogas
continuam, e muitos temem o pior.
O começo da primeira década após o grunge
passa e muitos boatos sobre Layne são divulgados nesse
período em que a banda permanece inativa, mas acabam
sempre desmentidos para o alívio dos fãs que
ainda têm esperanças de ver o Alice in Chains
tocando. Em abril de 2002, no dia 20, novas notícias
mundo afora dão conta da morte de Layne Staley. Mas
infelizmente, dessa vez não era mentira. Layne foi
encontrado morto em sua casa, vítima de uma overdose.
Alguns anos se passam, as inevitáveis
coletâneas e box sets póstumos são lançados,
até que, para perplexidade geral, em 2005, Jerry Cantrell
revela planos de ressuscitar a banda, para alguns shows
pelos EUA. Em 2006, a idéia se concretiza: Cantrell,
Inez e Kinney se reunem para um turnê, contando ainda
com o vocalista William DuVall. Para alívio dos fãs,
Jerry comenta também que se a coisa for ficar mais
séria, envolvendo a gravação de novos
discos, por exemplo, é provável que o grupo
mude de nome, para manter intacto o legado original do Alice
in Chains. Mas por enquanto, a nova formação
segue na estrada.
Fabrício Boppré e Alexandre Luzardo
atualizada em abril/2006 |