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Review: Unplugged

avaliação:

Quando lançou este disco, o AIC vivia grandes boatos de que o grupo estaria chegando ao fim. Afinal, eles haviam acabado de lançar seu disco auto-entitulado, e sequer fizeram uma turnê para divulgá-lo. Para ajudar nos indícios, o vocalista Layne Staley estava cada vez mais envolvido com drogas. Para desfazer esses boatos, o Alice In Chains resolveu gravar um Acústico da MTV.

Apesar de seu som pesado, a banda já estava acostumada a tocar com violões, como pode ser comprovado nos EP's SAP e Jar Of Flies. Alguns afirmam que a mistura de rock pesado e blues que a banda realiza fica ainda melhor acústico.

O disco começa absurdamente belo com a maravilhosa "Nutshell" (minha música favorita do AIC). O próprio público vai à loucura nos primeiros acordes. A voz de Layne, talvez a melhor do grunge (disputa dura com Chris Cornell) atinge um impressionante paralelo entre o sonho e o pesadelo com muita dramaticidade.

Continuamos muito bem com a arrastada "Brother". Ouça esta música e emocione-se com o grande dueto de Staley e o guitarrista Jerry Cantrell (que também canta legal). O poder da canção atinge o pico em um ótimo refrão e um magnífico solo de violão de Cantrell. Se estiver vivo, vamos continuar a viagem!

Depois de "Brother", o cantor diz que há tempos a banda estava esperando pra fazer esse show. Diz que vai tocar algumas boas canções e chama "No Excuses".

Após a boa execução da música, brincam com a introdução do clássico "Enter Sandman", do Metallica e enfiam (calma, no bom sentido) a pesadíssima "Sludge Factory", com bela interpretação de Layne, e com uma letra depressiva, de autoria também do vocalista: "Now the body of one soul/I adore wants to die". Layne avisa que vão tocar o clássico "Down In A Hole", do ótimo disco Dirt (que luta com esse acústico e com Alice In Chains pelo posto de melhor disco da banda). Em seguida, mais um clássico de Dirt - a pesada "Angry Chair". Você já está gritando "QUE DISCO BOM" e ainda nem está na metade. Para completar a trilogia de Dirt, lá vem "Rooster", com sua letra maravilhosa e mais uma bela interpretação de Layne Staley, que rouba o show mais uma vez.

A banda toca "Got Me Wrong" do EP SAP (que, como foi citado, era acústico) e parte para a boa "Heaven Beside You" do depressivo Alice In Chains, de 1995. Após a música, Layne brinca dizendo que foi o melhor show que fizeram nos últimos três anos e o baterista Sean Kinney diverte a platéia dizendo que foi o único. Mike Inez introduz no baixa aquela que, talvez, seja o maior clássico do AIC: "Would?", também do disco Dirt. Sempre que ouço essa música, lembro da participação da banda no filme "Singles" tocando essa música. Que belo refrão!

Bem, o show tem que continuar, e eles continuam com "Frogs", excessivamente depressiva e psicodélica. Sete minutos de pura lisergia e uma letra (de Layne) com toques como "A child sings an unclaimed tune/Inocence spins cold cocoon/ Grow to see the pain too soon". Agora é a vez de Jerry brincar, dizendo que a câmera que filmava o espetáculo estava queimando sua bunda. Tocam a blueseira "Over Now" e ao final desta, anunciam que o espetácula havia chegado ao fim. A galera insiste, alguém na platéia grita "Booooooooo" e Layne manda a figura se foder e avisa que vão tocar mais uma. Tocam com perfeição "The Killer Is Me", e deixam o palco após um show que nunca deveria acabar. Enfim, se você quer Música de qualidade (com M Maiúsculo mesmo), com certeza neste disco está um bom exemplo. Obrigatório não só na "Rockoteca" do pessoal grunge, mas dos amantes do bom e velho rock 'n'roll.

Jonas Lopes