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Review: There Is Nothing Left To Lose

avaliação:

No mundo do rock não existe palavrão maior que pop. Esse é o xingamento que assusta qualquer rapaz de camiseta preta e tênis all-star, o martírio maior. Felizmente ainda existem pessoas (e, sim, roqueiros!) que conseguem ver de forma imparcial o que de bom a música pop pode trazer (até porque é claro que vem muito lixo também).

Os Foo Fighters (tá, a banda do Dave Grohl, ex-baterista de você sabe quem...) é uma banda pop com muito orgulho. O terceiro disco da banda, There Is Nothing To Lose, é o mais comercial deles, fez um grande sucesso. Mas de forma alguma deve ser encarado como coisa tipo Britney Spears e outras coisas "pops" que estão nas paradas.

O primeiro disco, de 95, auto-entitulado, ainda carrega bastante no "grunge" (argh, que palavra horrível), segue as bases do Nirvana. Já The Colour And The Shape é o melhor do grupo, um pouco mais pesado, mas com talo comercial brilhante. E este terceiro disco é o mais bem sucedido de todos, um ótimo resumo da carreira dos caras, e também uma boa opção para quem não conhece os Foo Fighters. O som é um pop pesadão, quase um Teenage Fanclub hardcore, ou um Beach Boys distorcido.

Mas tudo isso não quer dizer que só tem baba aqui. A faixa de abertura, "Stracked Actors" é a melhor do disco (uma baita cacetada no traseiro de Mrs. Courtney Love), pesadona, não parecida com nada dos outros discos. Outra música com vitalidade é o sucesso "Breakout" que vem logo em seguida. O disco começa pesado. Outros grandes destaques do disco são "Generator" e "Aurora". A primeira conta com uma talk-box fazendo o riff no lugar da guitarra, com refrão excelente, e a segunda resvalando no pós-punk oitentista, com guitarras dedilhadas e muito bem trabalhadas (vale destacar a ótima produção de Adam Kaspers, que trabalhou em Down On The Upside, do Soundgarden, entre alguns outros).

E se o disco começava pancadão ele termina bem diferente, com quatro belíssimas baladas, "Next Year", "Headwires", "Ain´t It The Life" e "M.I.A.". Dessas as melhores são "Next Year" (a perfeita canção pop) e "Ain´t...". Mas There Is Nothing Tem seus pontos fracos. Dois, na verdade. "Gimme Stitches" é fraca, não empolga de jeito nenhum. E "Learn To Fly", bem... Ah, o grande sucesso do disco e tal, mas é muito chatinha. Talvez seja porque a música tocou demais, mas acho que não (nem ouço rádio mesmo). É apenas uma música pouco inspirada. Mas esses lances menores não prejudicam o restante do material.

Em resumo, There Is Nothing Left To Lose é um disco pop (por favor, esqueçam o teor pejorativo dessa palavra). É gostoso pra ouvir em casa, no rádio, a qualquer hora (principalmente dias ensolarados). Se fosse uma banda underground e não contasse com um ex-Nirvana seria cultuadíssima no mundo underground, como o próprio Teenage Fanclub. Mas talvez também não fizesse tanto sucesso...

Jonas Lopes