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Com
exceção da insuportável Disgustipated
e da cansativa Flood (se cortassem toda aquela chatíssima
introdução a música poderia figurar
entre as boas), todas as faixas do disco são
excelentes exemplos de bom e criativo hard rock. "Dropi
Di" bem utilizado, coisa que você não
encontra muito nessas bandas pesadas de hoje em dia. |
O álbum já começa
com uma duplazinha que é matadora: Intolerance e Prison
Sex. Na primeira, ritmo quebrado num jeito Helmet de ser e
vocais agressivos de Maynard, que insiste nesse negócio
de "mentir, trapacear e roubar". Na segunda, o riffzinho
ritmado do verso vai fazer você balançar esse
seu traseiro, neném. E ainda oferece uma das melhores
interpretaçoes do vocalista, contando com aquela maneira
mais sutil de cantar que é um dos pontos altos do estilo
Maynard. A música também deu origem a um clipe
cuja estética se tornou marca registrada dos vídeos
da banda que se seguiriam: bizarro, grotesco, perturbador,
enigmático, sombrio, surreal. Difícil ficar
indiferente a um clipe deles.
Depois vem aquela sequência
de músicas bacanas que seguem mais ou menos o mesmo
estilo, com excessão de Sober, que vai por uma linha
mais sombria e mais simples que as demais. É umas das
preferidas entre a rapaziada que gosta da banda. Já
eu não acho sequer uma das melhores do álbum.
Melhor momento dela: uma "arranhada" na guitarra
bem antes do último refrão, emitindo um som
agudo e horripilante. Outra música que merece ser destacada
da putaria é 4 Degrees, só pelo fato de ter
aquelas guitarras bem melódicas no refrão, coisa
atípica nesse disco. Mais um comentário: Bottom
tinha tudo pra ser uma das melhores do álbum não
fosse pela irritante participação de Henry Rollins(?)
pra cagar o pau.
É interessante
notar como em Undertow a banda já começa a caminhar
em direção ao que seria a "sonoridade Tool
definitiva" presente nos cds seguintes (Aenima e Lateralus).
A faixa homônima já conta com uma estrutura multifacetada
típica dos trabalhos que se seguiriam, assim como a
demorada introdução em Flood (apesar de nessa
ela ser muito mal trabalhada).
Em suma, esse que é
o primeiro LP parido das entranhas da banda é ainda
um feto em desenvolvimento se comparado com o que Tool nos
agraciaria depois. Um álbum mais direto e agressivo,
sendo por isso o preferido de muitos daqueles que não
são chegados às viagens da banda presentes nos
próximos discos.
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