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Review: In Utero

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O ano era 1993; O Nirvana, uma das maiores bandas do mundo; o público, esperava ansiosamente o sucessor do estrondoso Nevermind; boatos de que a gravadora Geffen estaria tentando "mexer" no disco; brigas com o produtor Steve Albini; Kurt internado em clínicas de desintoxicação.

Como pode se ver, In Utero foi moldado em meio a enormes problemas e turbulências. A pressão em cima do grupo graças ao sucesso de Nevermind se tornava insuportável, afinal, a banda tinha que fazer outro sucesso e se preocupava em fazer um disco diferente do anterior. Com In Utero, o Nirvana solidificou sua posição entre os grandes do pop/rock. O disco possuía melodias e alguns elementos presentes no disco anterior, mas, apesar disso, In Utero não tinha o mesmo apelo comercial, graças talvez à produção do excelente Steve Albini (que já havia produzido o Pixies). A presença de Albini fica aparente nas pedradas "Scentless Apprentice", "Milk It" e "Radio Friendly Unit Shift", faixas onde microfonias e distorções conduzem guitarra e baixo sobre o rítmo maníaco de Dave Grohl, bem ao estilo do Big Black, antiga banda do produtor. Os barulhos, ruídos e microfonias dignas de Sonic Youth, dão um uma sensação assustadora de caos ao disco. A pauleira melódica de Nevermind se faz presente em "Heart Shaped Box", "Serve The Servants" e "Rape Me". E existem até baladas, como as ótimas "Dumb" e "All Apologies", melancolicamente embaladas por um cello. Existem ainda outras ótimas faixas, como a magnífica "Pennyroyal Tea" (que versa sobre um método de indução ao aborto) e "Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle", além do punk rock curto e grosso de "Very Ape" e "tourette's". In Utero não é um disco de fácil assimilação. É tão sujo que reza a lenda de que a banda chamou Scott Litt para mixar algumas faixas porque Steve Albini havia deixado o disco muito "difícil". Difícil ou não, In Utero é um disco maravilhoso, digno da assinatura dele, Kurt Cobain.

Jonas Lopes