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Às vezes,
é complicado analisar a razão de existir de um álbum
ao vivo. Por mais que os artistas sempre tenham mil
desculpas, a bolacha sempre tem um cheiro de gravação
mercenária. No caso do Nirvana, Kurt Cobain havia se
suicidado em 1994, deixando um acústico. Porém, o trio
era reconhecido pelo poder ao vivo, então, esta é a
razão de existir desse disco. |
Começamos com a vinheta "Intro",
que na verdade é só gritaria do vocalista. O disco começa
de fato com a sabbática "School", de "Bleach", com sua letra
simplória e riffs poderosos. Segue com "Drain You", pesada,
com aquele momento emocionante no meio, quando fica devagar,
quase psicodélica, grande guitarra. A poderosa "Aneurysm"
confirma que é uma das melhores do repertório da banda. Público
animado, lá vem a única e singular "Smells Like Teen Spirit",
ainda mais rápida e animalesca. "Been A Son" segura o show
para a clássica "Lithium", que ao vivo não fica tão diferente
da versão original. O disco fica mais pop em "Sliver" e "Spank
Thru", mas fica pesado como nunca em "Scentless Apprentice",
primeira de "In Utero", que aparece mais duas vezes com o
sucesso "Heart Shaped Box" e a super microfonada "Milk It".
Em seguida, a pesada "Negative Creep", a clássica "Polly"
em versão punk rock (os vocais desafinados e maravilhosos),
"Breed" e outra meio punk "tourette's". O final fica com a
grande "Blew", boa escolha de Krist Novoselic, que compilou
as faixas para o disco.
Com tudo isso, "From
The Muddy Banks..." é, com certeza, um dos melhores discos
ao vivo já lançados.
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