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O que andamos ouvindo?
Na vitrola de Chico Marés
Eu sei, eu sei, ainda não escrevi nada desde que cheguei e já deveria estar me auto-flagelando por causa disso. Mas a inércia sempre vence... Enfim, a vitrola continua boa. Sufjan Stevens - IllinoisMultiinstrumentista de Nova York, Sufjan Stevens tem como ambicioso projeto lançar cinqüenta discos homenageando cada estado dos Estados Unidos. Illinois é o segundo, e, pra dizer a verdade, o único que ouvi até agora (o outro é Michigan. Ele gravou também alguns discos fora dessa série). Para mim, está entre os grandes discos desse ano; Stevens não se prende a um só estilo, fazendo músicas que vão do luxo épico de "Chicago" à caipirice de "Decatur", passando até por momentos bem "new rock" na excelente "The Man of Metropolis Steal Our Hearts". Do folk, seu ritmo de "origem", vem a maravilhosa "John Wayne Gacy, Jr.", onde Stevens, despido de qualquer acompanhamento além de um backing vocal feminino, faz até uma pedra chorar com seu vocal emotivo e seu violão bem tocado. Um disco variado, porém conciso, mas que não deve agradar a todos por suas indiossincracias - seja a fascinação de Stevens pela história americana, ou os naipes de metais da primeira parte de "Come On! Feel The Illinoise", que estam mais para Tito Puente do que para Kurt Cobain (no meu caso, isso é um elogio), etc. Infelizmente, não deve haver lançamento do Brasil antes de 2067, quando ele finalmente lançará "Acre". Nota: 9,5/10 Recomendadas: "The Man Of Metropolis Steal Our Hearts", "Come On! Feel The Illinoise!", "Decatur, or, Round Of Applause to Your Step Mother", "John Wayne Gacy, Jr."
postado por Chico Marés em 29.7.05
Na vitrola de V.M.
Acho que o único disco de 2005 que ainda estou esperando para ouvir é o #4 do Los Hermanos. Semana que vem deverá estar na mão. Vai ser bom, tenho certeza. Depois disso, é curtir os dois shows deles que acontecerão em agosto no Opinião. Aí em setembro eu estou muito propenso a ser mais um dos milhares que serão ofendidos pelo Mike Patton em Curitiba. E depois conhecer o(s) Arcade Fire(s) de 2005. Ah, tem discos novos do Explosions In The Sky e do Liars em outubro. Fora isso: Billy Corgan / "TheFutureEmbrace" (2005): Bom disco. Melhor que Zwan, pior que as coisas boas dos Pumpkins. Acho que confere com essa idéia de seguir o caminho deixado pelo MACHINA, embora a abordagem seja totalmente diferente. O esquema eletrônico pelo menos é sincero: é o Billy, sua guitarra modificada e as máquinas - nada pode ser mais coerente com a concepção de um disco SOLO. Escrevi uma resenha mais bacaninha, no calor do lançamento, que deve entrar na DD em breve. Agora, depois de escutá-lo bastante, sei que não é o disco que vai ficar na posteridade, embora não mereça a irrelevância que está recebendo. Interpol / "Antics" (2004): Quantas vezes já citei esse disco aqui? Acho que é a terceira, né? Esse disco é muito injustiçado, ficou esquecido no meio do monte de discos de 2004. Paul Banks e cia. encontraram uma maneira eficiente e singular de forjar o Interpol, as músicas se encontram num limbo de indiferença, mistério e garra. As faixas têm punch, vigor, são curtas o suficiente para deixar vontade de escutar mais. O Interpol, junto com o Arcade Fire, é a melhor banda dessa safra que começou na década. Embora seu som não revele um mundo de originalidades, a banda têm uma personalidade e uma maneira de soar que não se encontra por aí. Indiferente com a heresia que isso possa sugerir, afirmo: "Antics" é melhor de se escutar do que o disco de estréia. Tanto que eu continuo escutando ele. Kraftwerk / "Minimum Maximum" (2005): Existe apenas uma banda nesse planeta que pode se dar ao luxo de lançar um disco ao vivo onde se registra um show executado por laptops. Quer dizer, a única banda que pode fazê-lo sem soar ridícula. O Kraftwerk vem desde os anos 70 fazendo variações em cima desse fetiche de escrever músicas robóticas. Tal fetiche chegou até o palco: eles não só aposentaram a parafernália clássica, trocando-as por laptops, mas têm a carinha de se deixar substituir por robôs em algumas músicas. Te coloca no lugar do público: palco colorido e multi iluminado, som pré-gravado e quatro bonecos se mexendo artificialmente. Eu pagaria para ir, por se tratar do Kraftwerk. Fiel à política excêntrica dos alemães, "Minimum Maximum" não é um disco ao vivo convencional, com vocalistas incitando a platéia e jogando baldes de água na primeira fila. Está mais para uma oportunidade da banda mostrar como revitalizou seus clássicos, soando incrivelmente atual. As interferências do público na gravação parecem artificiais: dá a impressão que Hütter e Schneider samplearam a platéia e acionam os trechos de ovação em momentos estratégicos. No mais, os clássicos percorrem o disco renovados, cristalinos como se tivessem sido gravados em estúdio, mas com uma energia incrível. Analisando o material, vê-se que o Kraftwerk criou verdadeiros riffs eletrônicos durante sua carreira, que são sabiamente utilizados em cima do palco, assim como as linhas vocais subvertidas por vocoders. Pressione play e tenha a mente inundada por imagens de fábricas, laboratórios, eletrocardiogramas.
postado por V.M. em 21.7.05
Na vitrola de Fabricio Boppré
Tempos atribulados. Mas é sempre mais fácil passar por eles na companhia de boa música: Pinback - "Summer in Abaddon": Fazia tempo que eu não ouvia o Pinback, até que semana passada baixei esse disco mais recente deles, e fiquei viciado. Para quem não conhece: o vocal principal (a grande maioria das faixas têm mais de uma linha de vocal) me lembra muito o vocal do Cedric Bixler, mas como se ele fosse o cantor do Granddady. As guitarras as vezes parecem soar até meio reggae. Tudo bem minimalista, quebrado, e sem muito barulho, na manha. Terrível minha tentaiva de descrever o Pinback. Baixe e ouça. Robert Plant and the Strange Sensation - "Mighty Rearranger": Desde muito cedo, o Robert Plant se liga em fazer música com influências cosmopolitas. Nos tempos de Led Zeppelin, isso é particularmente notável em "III", um do discos mais belos da história, e na clássica Kashmir, do "Physical Graffiti". Na carreira solo, depois de alguns discos de hard-rock-anos-80-sem-vergonha, veio o esplêndido "No Quarter", onde Plant e Page apresentam novas abordagens de canções do Led, e de lá para cá o velhinho acertou a mão em pelo menos três outras oportunidades: "Walking into Clarksdale" (novamente com o Jimmy Page), "Dreamland", e neste novo "Mighty Rearranger". Este último é o ápice da influência da tal "world-music" na carreira do Plant. Alguém mais entendido pode vir argumentar que se trata de uma miscigenação de sonoridades feita a partir dos esteriótipos conhecidos destas, tipo aquilo que todo mundo conhece como "música indiana". Como eu não sou um entendido, eu consegui apreciar o disco, na boa.
postado por Fabricio Boppré em 13.7.05
Na vitrola de Ana
Juliette And The Licks - "Like A Bolt Of Lightning" (EP) Sem dúvida a dona Juliette é determinada. O som da banda é legal, embora não tenha nada de original, dado ter vindo na sombra de todas as outras coisas que fazem um revival garagem. Guitarras fortes, ritmo, citando como influência de Van Halen a MC5 a Stooges. Não é um marco revolucionário, mas é boa música, sim. Pra quem gosta de vocais femininos em cima de distorção, é uma boa pedida. E POR FALAR EM VAN HALEN, Paul Anka - "Rock Swings" (!!!!!!!!!!!!) É o Paul Anka - o cara que fica no mesmo pé que o Frank Sinatra quando se fala de swing fez uma coisa que o próprio invejaria se estivesse vivo. E eu detesto o Sinatra. Na verdade, eu detesto swing, mas veja o setlist. Com um setlist desses, como é que alguém não pode achar esse disco uma pérola? Porque não tem comentários, os arranjos tão perfeitos. E pelo que vi por aí, virou coqueluche... 01 It's My Life (Bon Jovi) 02 True (Spandau Ballet) 03 Eye of the Tiger (Survivor) 04 Everybody Hurts (REM) 05 Wonderwall (Oasis) 06 Blackhole Sun (Soundgarden) 07 It's a Sin (Pet Shop Boys) 08 Jump (Van Halen) 09 Smells Like Teen Spirit (Nirvana) 10 Hello (Lionel Richie) 11 Eyes Without a Face (Billy Idol) 12 Lovecats (The Cure) 13 The Way You Make Me Feel (Michael Jackson) 14 Tears in Heaven (Eric Clapton)
postado por Ana em 6.7.05
Na vitrola de Fabricio Boppré
Nos últimos dias, descobri dois discos lançados no ano passado, mas que tinham passado desapercebidos (antes tarde do que nunca): o "Antics" do Interpol e o "A Ghost Is Born" do Wilco. Ambos excepcionais. Também tenho ouvido diversos discos do Will Oldham; destacar um só trabalho do cara é difícil, mas esse recente que ele gravou com o Matt Sweeney, "Superwolf", é uma preciosidade. A canção de abertura, My Home is the Sea, é magnífica. Devo citar também o "Finelines/Between The Lines" do My Vitriol, um som muito legal. Pelo o que eu entendi, esse disco duplo traz a remixagem do primeiro álbum da banda, "Finelines", e mais um conjunto de b-sides, covers (tem Madonna e Eugenius) e raridades. Não sei ao certo se é isso, de qualquer forma, é altamente recomendado, para quem gosta de altas doses de guitarra e melodias assimiláveis de primeira.
postado por Fabricio Boppré em 2.7.05
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