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O que andamos ouvindo?


 
Na vitrola de Lopes

Syd Barrett - The Madcap Laughs (1970)

Intrigado pela história de ascenção e queda do ex-líder do Pink Floyd, resolvi correr atrás dos discos solo do sujeito. "The Madcap Laughs" é um álbum bem simples: a maioria das faixas consiste apenas no Barrett executando suas canções (de uma beleza ingênua, quase infantil) de forma acústica, com floreios minimalistas de outros instrumentos - e com certeza, o caldo entornaria se passasse muito disso. Apesar dos relatos que Barrett estaria com sua psique totalmente delibitada e em outra dimensão ao ser expulso do Floyd e gravar seus discos, o cara me pareceu razoavelmente lúcido neste registro. Claro que essa impressão cai um pouco por terra ao ouvir o ataque histérico de "Dark Globe" e a tremenda desafinada no começo falso entre "Feel" e "If It's In You" mas isso não comprometeu as composições; pelo contrário, eu diria até que estas falhas deixaram o resultado bem mais interessante, de certa forma colaborando para o mito fragilizado que se construiu ao redor de Syd Barrett. E outras faixas, como "Terrapin", "No Good Trying" e "Love You" já justificam a chance que dei ao disco.




 
Na vitrola de Alexandre Luzardo

Posies - Every Kind of Light [2005]
O mesmo velho Posies de sempre, aliás, parece muito mais com o Posies das antigas do que o álbum anterior, Success. A banda tem pique ainda e Every Kind of Light tem seus momentos sensacionais, especialmente "Conversations", mas também tem a guitarra maravilhosa de "Anything And Everything", a perigosamente doce "Love Comes", a empolgante levada setentista de "Finally Find a Jungle I Like" e a baladinha tipicamente Posies "That Don't Fly". Ok, também tem algumas músicas apenas medianas, mas não chegam a comprometer o resultado. Longa vida ao Posies, lembrando que a banda acabou em 1998! Mudando de assunto, ainda em 2005 tá saíndo um disco novo do Big Star, que tem a dupla Stringfellow e Jon Auer na atual formação. Trata-se do primeiro álbum inédito do Big Star em praticamente 30 anos, no que será mais um capítulo para o interessante debate "Vale a pena arriscar um legado?"

Kings of Leon - Aha Shake Heartbreak [2004]
Ainda não ouvi qualquer comentário sobre o show deles no Tim, mas andei ouvindo o disco dos caras. Sempre tive diversas justificativas "extra-musicais" para odiar Kings of Leon, sempre me pareceu uma picaretagem das maiores, mas o fato é que nunca tinha ouvido. E, ouvindo, preciso admitir que gostei. Lógico, separando as melhores faixas ("Velvet Snow", "Slow Night, So Long", "The Bucket") não sobra muita coisa. A contribuição do Kings of Leon é modestíssima, ainda é um Strokes em uma embalagem mais 'rústica'. Não acho que sejam a salvação de qualquer coisa, e inclusive terão de pedalar bastante para construir uma carreira sólida. Mas... a existência deles é legítima, errado estava eu e minha campanha de execração pública. Sempre é bom lidar com os próprios preconceitos. Ainda assim, achei deveras engraçado quando uma resenhista de língua afiada disse que o vocalista parece um jamaicano cantando, desdenhando do sotaque sulista do sujeito, que faz parte do pacote (marqueteiro) do Kings of Leon.

Eels - Beautiful Freak [1994]
Banda comentada há poucos dias na nossa mailing-list e eu corri atrás. Já está cotada há tempos pelo pessoal para entrar no site mas sei lá por qual motivo eu nunca tinha ouvido. Ou melhor, eu sei qual o motivo. Sempre pensei que o Eels fosse daquelas bandas über-vanguardistas, daquelas que é necessário um manual de instruções para poder ouvir. Ou seja, estava COMPLETAMENTE enganado. O som é bem redondinho, músicas de refrão e todos pegam. Aquela seqüência inicial é absolutamente matadora, "Novocaine for the Soul", "Susan's House" e "Rag to Rags", irretocável. E o resto do disco mantém o nível com facilidade. Uma coisa que não dá para negar no entanto é que a idade do disco se faz notar. Algumas sonoridades são bem identificáveis, familiares. Até daria para dizer que tem algo de datado no disco, mas nesse caso, deliciosamente datado, eu diria. O Eels tem uma carreira grande para ser explorada, com disco novo lançado esse ano. Logo chego lá.

Aproveitando o ensejo para fazer uma reconsideração: o Man Made do Teenage Fanclub é sim um bom disco. Já está acima do Howdy! na minha hierarquia pessoal e subindo.




 
Na vitrola de V.M.

O ritmo é de TIM Festival, mas não estou escutando muito Wilco e Arcade Fire no momento. Acho que já estão digeridos o suficiente. Resta apenas o baque do show, que ocorrerá no próximo sábado. Já o CQÉR segue uma incógnita para mim. Vou esperar chegar do Rio, contabilizar os gastos, e analisar se o tamanho do pepino recompensa. As bandas do TIM foram primordiais, posso encerrar 2005 em paz - ainda mais que vai rolar Pearl Jam aqui em POA. Do CQÉR, só Flaming Lips e Sonic Youth ("só" é foda). NIN é bonus track. Brabo é pensar em gastos de transporte e tudo mais. Não é pouquinha grana não. Por outro lado, toda a turma massa da DD no Jockey. Tô em cima do muro. Quem sabe não levo os quarentões da Mega Sena amanhã?

Wolf Parade / "Apologies to Queen Mary" (2005): Depois de ouvir os singles, cheguei ao disco. Boa estréia, posso dizer que é uma banda com feitios de um Killers voltado para um outro lado. É menos redondinho, até tem algumas coisas radiofônicas, sem entregar as coisas de bandeja. A começar pela gravadora, que é a SubPop, que trabalha os artistas de forma diferente. Tem também a benção do Isaac Brock (Modest Mouse), produtor do disco e padrinho da banda. O trabalho dele revigorou algumas músicas que tinham aparecido no EP independente do Wolf Parade, como "You Are A Runner...", deixou elas um pouco mais bem resolvidas e apresentadas. Os vocais ora soam como os do David Byrne, ora como os do Bowie. Mas o que pega mesmo são uns vocais parecidos com o do Beck (ouça em "Modern World"). Eles usam muito bem os tecladões, marca registrada do som deles, misturado com uma bateria incendiada e umas guitarras sujitas. As melhores faixas, aquelas com cara de hit, são "We Built Another World" e "Shine A Light". Essas duas se sobressaem no disco, às vezes inventam de tomar a mente do ouvinte em outras ocasiões. Se uma crítica pode ser feita, é que o disco lá pelas tantas começa a ficar um pouco repetitivo, carente de algumas resoluções mais fortes como os singles citados, o que traz a média geral para baixo. Mas vale um 8,5.

Bell Orchestre / "Recording A Tape The Colour Of The Light" (2005): Embora a malfadada Pitchfork tenha se mostrado um tanto pilhada com esse disco, eu ainda não consegui entrar no clima que a banda deve de alguma forma provocar. Começa que essa banda tem duas pintas do Arcade Fire no comando. Fazem um som sem relação alguma com o da cultuada banda citada, restingindo o som ao instrumental. Substituem o apelo das guitarras por violinos e sopros. Daí para a mídia convencionar como post-rock é um suspiro, mas não levei o Bell Orchestre para esse lado. O resultado do som deles não está nessa de trilhar um caminho que desencadeia em uma avalanche sonora (EitS, Gy!BE), eles fazem um negócio menos elaborado, embora o uso de instrumentos não tão convencionais. Numa entrevista, eles disseram que o disco foi registrado na correria, durante a gravação e divulgação de "Funeral", e foi o que eu percebi de cara. As faixas carecem de um maior desenvolvimento, algumas não dizem muito ao que vêm. De qualquer forma, há sempre a chance de eu estar me antecipando e talvez eu volte a escrever sobre ele de forma mais positiva. Ou não.




 
Na vitrola de Fabricio Boppré

Stone Temple Pilots - "Tiny Music": Um disco que começa com uma vinheta massa como Press Play, tem uma balada perfeita como And So I Know no meio e termina com a pérola Seven Caged Tigers, é muito pouco provável que seja ruim - e não é mesmo. "Tiny Music..." é um dos melhores lançados nos EUA na década de 90.

Chico Science E Nação Zumbi - "Afrociberdelia": A morte prematura de Chico Science foi das coisas mais lamentáveis. Este segundo disco de Chico a frente do Nação Zumbi é o mais brilhante fragmento de música lançado na década de 90 no Brasil. Genial é pouco para "Afrociberdelia".




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