Na vitrola de Alexandre Luzardo
Posies - Every Kind of Light [2005]O mesmo velho Posies de sempre, aliás, parece muito mais com o Posies das antigas do que o álbum anterior, Success. A banda tem pique ainda e
Every Kind of Light tem seus momentos sensacionais, especialmente "Conversations", mas também tem a guitarra maravilhosa de "Anything And Everything", a perigosamente doce "Love Comes", a empolgante levada setentista de "Finally Find a Jungle I Like" e a baladinha tipicamente Posies "That Don't Fly". Ok, também tem algumas músicas apenas medianas, mas não chegam a comprometer o resultado. Longa vida ao Posies, lembrando que a banda acabou em 1998! Mudando de assunto, ainda em 2005 tá saíndo um disco novo do Big Star, que tem a dupla Stringfellow e Jon Auer na atual formação. Trata-se do primeiro álbum inédito do Big Star em praticamente 30 anos, no que será mais um capítulo para o interessante debate "Vale a pena arriscar um legado?"
Kings of Leon - Aha Shake Heartbreak [2004]Ainda não ouvi qualquer comentário sobre o show deles no Tim, mas andei ouvindo o disco dos caras. Sempre tive diversas justificativas "extra-musicais" para odiar Kings of Leon, sempre me pareceu uma picaretagem das maiores, mas o fato é que nunca tinha ouvido. E, ouvindo, preciso admitir que gostei. Lógico, separando as melhores faixas ("Velvet Snow", "Slow Night, So Long", "The Bucket") não sobra muita coisa. A contribuição do Kings of Leon é modestíssima, ainda é um Strokes em uma embalagem mais 'rústica'. Não acho que sejam a salvação de qualquer coisa, e inclusive terão de pedalar bastante para construir uma carreira sólida. Mas... a existência deles é legítima, errado estava eu e minha campanha de execração pública. Sempre é bom lidar com os próprios preconceitos. Ainda assim, achei deveras engraçado quando uma resenhista de língua afiada disse que o vocalista parece um jamaicano cantando, desdenhando do sotaque sulista do sujeito, que faz parte do pacote (marqueteiro) do Kings of Leon.
Eels - Beautiful Freak [1994]Banda comentada há poucos dias na nossa mailing-list e eu corri atrás. Já está cotada há tempos pelo pessoal para entrar no site mas sei lá por qual motivo eu nunca tinha ouvido. Ou melhor, eu sei qual o motivo. Sempre pensei que o Eels fosse daquelas bandas über-vanguardistas, daquelas que é necessário um manual de instruções para poder ouvir. Ou seja, estava COMPLETAMENTE enganado. O som é bem redondinho, músicas de refrão e todos pegam. Aquela seqüência inicial é absolutamente matadora, "Novocaine for the Soul", "Susan's House" e "Rag to Rags", irretocável. E o resto do disco mantém o nível com facilidade. Uma coisa que não dá para negar no entanto é que a idade do disco se faz notar. Algumas sonoridades são bem identificáveis, familiares. Até daria para dizer que tem algo de datado no disco, mas nesse caso, deliciosamente datado, eu diria. O Eels tem uma carreira grande para ser explorada, com disco novo lançado esse ano. Logo chego lá.
Aproveitando o ensejo para fazer uma reconsideração: o
Man Made do Teenage Fanclub é sim um bom disco. Já está acima do Howdy! na minha hierarquia pessoal e subindo.
postado por Alexandre Luzardo em 24.10.05