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O que andamos ouvindo?
Na vitrola de Alexandre Luzardo
Greg Dulli - Amber Headlights [2005]Como sempre fui mais fã do Afghan Whigs do que do Twilight Singers, aguardava com expectativa esse disco. E a recompensa veio, é um disco de rock, com um Greg Dulli cantando com vontade e energia. As sombras do Afghan Whigs estão por toda a parte, aliás, é como se fosse um Afghan Whigs mais enxuto, somente baixo, guitarra e bateria a maior parte do tempo. O trabalho de Greg Dulli no Twilight Singers é diferenciado, não discuto, mas para os apreciadores do som do Afghan Whigs, especialmente nas antigas, talvez seja o melhor disco do cara desde Gentleman. Matador. Hater - The 2nd [2005]O grande Ben Shepherd resolveu dar nova vida ao Hater, recuperando demos de gravações da época em que o Soundgarden estava gravando o Down on the Upside. Verdade seja dita, a partir do embrião do Hater, o Wellwater Conspiracy já fez muito mais e melhor do que o Hater apresenta nesse The 2nd. Mas certamente o disco faz a alegria de quem é apaixonado por uma guitarreira suja, garageira, puro Seattle. Recentemente o Ben Shepherd reuniu músicos para alguns shows do Hater e existem chances dabanda seguir produzindo. Vale a pena torcer por isso. Rolling Stones - Black And Blue [1976]
Ok, esse é mais de arreganho. Recentemente ando desbravando a discografia inteira dos Stones e esbarrei nesse disco curiosíssimo. É notório que a banda seus períodos de baixa e Black And Blue veio de um deles. Com apenas oito faixas, os Stones parecem perdidos no direcionamento. Apenas duas músicas trazem o som clássico da banda ("Crazy Mama" e "Hand of Fate", ambas muito boas). Outras três músicas são baladas ao piano. E o restante é bizarrice. "Hot Stuff" tem uma levada funk com ecos de disco music. Outra suingada é "Hey Negrita", que vem recheada de versos em espanhol ('Hey conchita, shake it up now / Bate las caderas, do it up now'). Agora, a cereja do bolo é "Cherry Oh Baby", cover do que é praticamente um standard do reggae. E os Stones executam com precisão cirúrgica, com direito a iô-iô-iô-iô e tudo. Até o sisudo Sir Charlie Watts entrou no clima, caprichando naquelas batidinhas bem características do reggae.
postado por Alexandre Luzardo em 20.11.05
Na vitrola de V.M.
Sufjan Stevens / "Greetings From Michigan, The Great Lake State" (2003): Foi batata. Ouvir o "Illinoise" não me deu outra opção que não fosse descobrir os outros discos do cara, o que tenho feito gradualmente. Este disco, a uma primeira escutada, revela-se um embrião do seguinte na série de álbuns sobre Estados norte-americanos. Michigan é o Estado em que Stevens viveu e a música aqui, sendo ouvida pós-"Illinoise", mostra-se como uma espécie de ensaio do que o seu sucessor seria (estou desconsiderando o "Seven Swans", por não fazer parte da série). "All Good Naysayers, Speak Up!", por exemplo, é quase uma versão redux de "Come On! Feel The Illinoise". A paixão com que ele escreve as melodias é a mesma (ouça a bela "Flint"), mas, pela menor oferta de instrumentos nos arranjos, o álbum acaba soando mais bruto, direto. Isso pode ser bom para quem se sentiu sufocado com a instrumentalização rica do álbum seguinte, uma vez que as coisas estão muito bem balanceadas. Ah, e os vocais femininos são igualmente belos e irretocáveis. O único porém é o final do disco, onde Sufjan perde um pouco da sua condução. Assim, "Michigan" pode ser uma alternativa para quem não curtiu "Illinois" pelos seus discutíveis excessos. Não que o cara que odiou o som do Sufjan Stevens vá gostar, mas é mais para quem ficou em cima do muro mesmo e quer pensar numa segunda chance. [Engraçado que eu escrevi como se o "Michigan" tivesse saído depois do "Illinois", o que não é verdade] Explosions In The Sky / "How Strange, Innocence" (2000 - reedição 2005): Esse disco foi prensado originalmente em CD-R e vendido em poucas centenas quando o EitS era conhecido apenas por seus familiares. Quando a banda deu uma crescidinha e chegou a outros continentes via web, os exemplares foram para a Ebay e passaram a valer mais de duas cifras de dólar. A excelente Temporary Residence, gravadora do quarteto, finalmente convenceu-os a relançar a gravação, que saiu agora remasterizada e com arte diferente da original. No encarte, a banda explica que o disco sofre de vícios comuns a artistas que estão começando, mesclando momentos ótimos com outros constrangedores, razão do período em que permaneceu esgotado, enchendo os bolsos dos sellers nos leilões virtuais. Se a banda é ciente desse detalhe, quem somos nós para discutir? O Explosions In The Sky lentamente se transformou na minha banda instrumental preferida. Seus dois discos full-lenght são dos melhores da década, cheios de emoção latente e brilhantismo. Esse disco, por sua vez, não acrescenta muito ao que a banda fez a partir dali. Há uma roupagem pós-rock, a sonoridade é mais caseira, os timbres de guitarras são mais inocentes. Em alguns momentos percebe-se toques do que a banda revelaria em seus discos, mas no todo, ele não revela exatamente todo o potencial do EitS. Vale mais por completismo, por curiosidade ou por simples necessidade de ouvir um disco razoável com alguns bons momentos.
postado por V.M. em 7.11.05
Na vitrola de Fabricio Boppré
Nick Cave and the Bad Seeds - "No More Shall We Part": Tenho ouvido diversos discos do Nick Cave nos últimos tempo, o alto nível mantido em todos seus trabalhos é impressionante. Gosto do fato de sua música ser meio irrotulável, sem seguir um determinado estilo, focando sempre mais em sua voz e em seus temas malditos. Arrisco dizer até que a parte instrumental fica sempre mais em segundo pano, exercendo papel coadjuvante. Mas os Bad Seeds mandam muito bem também, criando as bases exatas para Cave brilhar com suas atuações. Para citar só um, fico com o "No More Shall We Part", um dos mais densos e explosivos. Neste disco, mais do que nunca, Cave não canta: ele exorciza. Ramones - "Weird Tales of the Ramones": Dia desses fiquei com vontade de ouvir Ramones, mas ao invés de ir na estante e pegar um disco clássico qualquer, resolvi baixar uma coletânea ou um disco ao vivo desses que têm aos montes na discografia ramônica, para ouvir algo diferente. Descobri esse box de três CDs e mais de 80 músicas (me parece que fazem parte ainda do pacote um DVD e uma revista em quadrinhos), uma coletânea bem feita com tudo de mais massa que os caras gravaram. Minhas preferidas todas estão lá - na verdade, senti falta somente dos covers The Shape of Things to Come e My Back Pages, do "Acid Eaters", e It's Gonna Be Alright, do "Mondo Bizarro". Mas está sendo diversão pra mais de metro.
postado por Fabricio Boppré em 2.11.05
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